A jornalista e pesquisadora paranaense Blima Rajzla Lorber escreveu uma dissertação de mestrado, defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência da Universidade de São Paulo (USP), que foi classificada pelo jornalista Elio Gaspari como um tesouro. A dissertação de Blima, intitulada “Brasileiros no Holocausto e na Resistência ao nazifascismo”, é resultado de ampla pesquisa existentes nos arquivos sobre o período e das memórias de sobreviventes.
O trabalho da jornalista mereceu destaque na coluna de Gaspari publicada no último domingo (25) nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. Blima reconstitui a trajetória de brasileiros natos, filhos de brasileiros nascidos na Europa e de naturalizados que, por serem estrangeiros ou judeus, foram vítimas do Holocausto, isolados em guetos e/ou levados a campos de concentração e extermínio na Europa ocupada pela Alemanha nazista. A pesquisa abrange o período de 1939 a 1945, quando a Alemanha ocupou vários países como a Polônia, Bélgica, França e muitos outros, onde muitos brasileiros estudavam, viviam e trabalhavam. De um lado. Blima mostrou os 42 brasileiros mortos nos campos de extermínio nazistas. De outro, mostrou que pelo menos 81 brasileiros estiveram na Resistência Francesa, e 15 morreram.
Blima fala, entre outros casos, o assassinato, no Campo de Auschwitz, do cearense Isaac Gradvohl e de sua mulher. Eles moravam em Paris, foram levados para o campo e mortos. No dia 24 de julho de 1944, os alemães fuzilaram o paulista Claude Falk, tenente das tropas francesas que combatiam na Resistência. Em agosto, o cearense Michel Dreyfus, combatente da Resistência Francesa, foi fuzilado, e o carioca Benjamin Levy, com a mulher e a filha foram mandados para o campo de Bergen-Belsen. A dissertação mostra muitos outros casos.