(por Ruth Bolognese) – Estricnado ao máximo, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, tem como característica pessoal a impaciência, o que muita gente confunde com grossura. Gosta verdadeiramente da política, mas é no jogo diário, das disputas entre pares, dos golpes inesperados e rasteiros – que toma e leva – é que se realiza.
Aos 57 anos e nessa vida que leva, mais do que óbvio e esperado era acusar algum tipo de problema de saúde, como a angioplastia que fez no final de semana. A primeira informação, circulada ontem, era que havia passado por um cateterismo e implantado um stent no Hospital Sírio Libanes. Mudou a versão e, em se tratando de Ricardo Barros pode ser um procedimento, outro, ou ambos.
Mas, em termos de cuidados com a saúde, ele tem pelo menos um hábito que faria qualquer adepto de uma alimentação saudável se torcer de indignação.
Quando sente que o botão da calça do terno aperta o abdome, Ricardo Barros parte pro radicalismo explícito: fica uma semana a base de água. Isso mesmo, não é a pão e água, mas só toma água mesmo.
No terceiro ou quarto dia do jejum, de estômago zerado, o humor é o mesmo de um leão faminto, mas ele não desiste. No sétimo dia, retoma a alimentação normal e seja o que Deus que quiser.
Com toda a certeza, Ricardo Barros não contou aos especialistas do Sirio-Libanês a incursão pelo jejum. E além da mulher, Cida Borghetti, que vê a atitude com sérias reservas, o pessoal em torno dele só sabe quando mergulha na dieta pelo nível da impaciência, que vai subindo na mesma proporção da fome.
Como ministro da Saúde, Barros já disse mais asneiras do que o louquinho da Coréia. Mas jamais irá recomendar a dieta da água pra alguém acima do peso. Acha, sinceramente, que só ele se garante. A internação no Sírio no final de semana e os procedimentos cardíacos indicados, sejam lá quais forem, começam a mandar recados contrários.