Quatro deputados e uma deputada se manifestaram nessa terça-feira (9), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) contra declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes que, no programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, disse que Curitiba tem o germe do fascismo e que Curitiba gerou Bolsonaro.
A deputada Flávia Francischini (União Brasil) afirmou que o ministro deve um pedido de desculpas a Curitiba. “É triste que um ministro do STF trate Curitiba como caricatura e por uma inverdade, valendo-se de uma fake news da esquerda. Não vou permitir esses ataques à Curitiba, a cidade que eu escolhi para morar há mais de 20 anos e onde um dos meus filhos nasceram. Curitiba sempre foi vanguarda para o Brasil e para o mundo. Inclusive no combate à corrupção”, disse.
Nota e audiência
Já o deputado Denian Couto (Podemos) afirmou na tribuna que ” nós não podemos aceitar esta posição de um homem que, no exercício da magistratura, se comporta de forma diversa ao que se espera de um magistrado. O comportamento do ministro Gilmar Mendes é de político. Ele rasgou a toga. Deveria renunciar ao cargo, se tivesse dignidade. Apresente seu nome, concorra na eleição. Vá buscar espaço no Legislativo ou no Executivo e comporte-se como político que é”, afirmou Couto, que pediu que a Alep emita uma nota formal de repúdio contra o magistrado.
Quem também pediu nota de repúdio foi o deputado Delegado Tito Barichello (União Brasil), que também propôs uma audiência pública de desagravo “porque Curitiba não merece ser chamada de gérmen de um modelo totalitarista que é o fascismo. Nós, povo curitibano, não aceitamos isso em hipótese alguma. Precisamos tomar providências contra falas descabidas que denigrem a imagem da nossa capital, que é um exemplo para o país, com uma população ordeira e que não aceita injustiça.
Polarização
Por sua vez, o deputado Fábio Oliveira (Podemos) afirmou que o ministro Gilmar Mendes foi irresponsável ao fazer uso da palavra fascismo durante a entrevista. “Esses rótulos relacionados a fascismo e nazismo estão sendo de maneira frequente e indiscriminada usados contra grupos e comunidades que simplesmente são contrários a um ponto de vista. Esse discurso de ódio só aumenta a polarização e dificulta o diálogo produtivo. Isso com certeza são ações e atitudes de governos totalitários”, garantiu.
O líder do governo na Alep, deputado Hussein Bakri (PSD) classificou como infeliz a declaração do ministro. Antes da votação das matérias da ordem do dia, o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSD), afirmou que a Casa tem uma tradição de não fazer notas de repúdio, mas prometeu se manifestar em nome da Alep sobre o tema.