Tão discretamente quanto possível, foi retirado da pauta da sessão da CCJ da Assembleia Legislativa o projeto de lei que pretende conceder o título de Cidadão Honorário do Paraná ao presidente do STF, Dias Toffoli. A proposta seria votada nesta terça-feira (16), mas o “clima” não estava bom para colocá-la em discussão.
De autoria dos deputados Ademar Traiano, Luiz Cláudio Romanelli e Plauto Miró, o projeto estava iniciando tramitação num mau momento – no exato dia em que, a pedido de Toffoli, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão contra internautas que criticam ministros do Supremo nas redes sociais. O ministro Alexandre de Morais, nomeado condutor do inquérito, foi além: mandou bloquear as contas de oito usuários do Facebook, Twitter, Instagram e Whatsapp acusados de propagar fake news.
Na segunda-feira, também de acordo com orientação de Toffoli, dois veículos de imprensa (os sites Antagonista e Crusoé), foram obrigados a tirar do ar reportagens que se referiam a um trecho da delação de Marcelo Odebrecht que identificava o então Advogado Geral da União e hoje presidente do STF como “amigo do amigo do meu pai” mencionado em negociações de licitação de hidrelétricas.
Os sites cumpriram a ordem de censura, mas mesmo assim foram multados em R$ 100 mil por não comprovada desobediência.
Aprovar uma homenagem a Dias Toffoli num momento em que todo o Brasil protesta contra o viés ditatorial da censura que ele impôs à liberdade de imprensa, não ia pegar bem. Por isso, a CCJ retirou o projeto de pauta. E é possível que seus autores façam mais do que isto: não mais o reapresentem.
A troika citada por Contraponto é notória em citações por MPs no Paraná. E estava na contramão da opinião pública sobre a pior composição que o STJ já teve. Principalmente com o “amigo do amigo do meu pai”, o empregadinho dos criminosos Zé Dirceu e Luiz Inácio. Pipocaram a tempo. Que convidem seus idolos para um churrasco em suas chácaras particulares.