Inconformado com o corte arbitrário de 232 araucárias, árvore símbolo do Paraná e em extinção, realizada em terreno no município de Fazenda Rio Grande, na Grande Curitiba, o deputado estadual Goura (PDT) protocolou ofícios no Instituto Água e Terra em Curitiba no Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema), do Ministério Público do Paraná (MPPR), pedindo esclarecimentos e investigação sobre a autorização que permitiu a supressão das araucárias.
“Não é possível que ainda se autorize o corte de araucárias desta forma, sem considerar o impacto que a supressão dessas árvores representa. Além de tudo, há indícios, conforme fotos do local, que não foram só cortadas as araucárias, a vegetação foi cortada totalmente”, denunciou Goura.
A Autorização de Exploração de Floresta Plantada Nº 2041.7.2022.84599 foi emitida pelo IAT em 23 de setembro de 2022 e retificada em 7 de fevereiro de 2023.
“Será que a engenharia e a arquitetura não evoluíram a ponto de fazer projetos que contemplem áreas verdes, especialmente quando se tem o privilégio de harmonizar as obras com árvores nativas centenárias e símbolos da nossa terra?”, questionou Goura, nos ofícios ao IAT e Gaema.
O deputado contou que na semana passada chegou ao seu conhecimento a notícia dessa supressão vegetal em Fazenda Rio Grande, a poucos quilômetros do Rio Iguaçu. “É uma denúncia grave e por isso pedimos esclarecimento ao IAT e que o MP investigue se tudo foi feito de forma regular”, informou Goura.
Boletim de ocorrência
Segundo o deputado, a Polícia Ambiental foi até o local e registrou boletim de ocorrência, que descreve que as forças policiais foram recebidas, no local da denúncia, por um maquinista que tinha em mãos a mencionada Autorização de Exploração de Floresta Plantada.
“Conforme o boletim de ocorrência foi apresentada a tal autorização, mas as fotos feitas pelos policiais mostram uma realidade difícil de aceitar, um terreno totalmente desmatado. Será que era necessária essa devastação?”, alertou.
O deputado explicou que essa situação pode comprovar a violação da condicionante 1.02 da autorização e que isso pode gerar o embargo das atividades, o cancelamento ou suspensão da licença e a responsabilização do empreendedor.