O líder do PSL na Câmara dos Deputados, o paranaense Felipe Francischini, defende uma aliança do partido com setores do Centrão, bloco informal de centro e direita. Disse que estão avançadas as conversas com PTB, Pros e PSC, que devem formar com o PSL um bloco partidário.
“Temos uma afinidade próxima com esses três partidos, claro com as divergências pontuais em determinados assuntos, mas no geral a gente tem uma ideia muito parecida de fortalecimento de nosso grupo dentro da Câmara para que a gente possa ter mais força para discutir os projetos, ter acesso às relatorias”, afirmou em entrevista ao Congresso em Foco.
O parlamentar disse que ainda não está definido um nome para apoiar na eleição para presidente da Câmara, mas defendeu que seja um deputado que paute reformas econômicas e a flexibilização do acesso a armamento. “Temos pauta que carregamos na campanha e não abrimos mão, sempre mantivemos a nossa coerência”.
O deputado, que nega negociar cargos com o presidente Jair Bolsonaro informou que há uma reaproximação do partido com o presidente, mas afirmou que o PSL não é base do governo. “Votamos quase tudo com o governo, mas não abrimos mão dessa posição de dialogar e construir posições quando vemos problemas nos projetos do governo”.
Francischini disse que o partido tem como prioridade de votação na Câmara projetos que alteram marcos regulatórios para abrir setores ao investimento privado.
Ele afirmou na entrevista que os seis deputados do partido que votaram contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básic (Fundeb) não sofrerão nenhum tipo de punição. O texto que torna o fundo permanente foi aprovado por 499 favoráveis e 7 contrários em primeiro turno. Todos os líderes partidários, incluindo Francischini, orientaram para a aprovação da PEC.
Apesar de ter apoiado a proposta, o deputado disse que compreende os argumentos de quem é contra. “Muita gente não é contra o Fundeb como está na Constituição, mas tem muitos dispositivos e critérios inseridos que talvez não fosse o melhor caminho constitucionalizar, isso acaba solidificando uma sinalização de maneira que não permite flexibilidade do gestor público ou de mudança normativa ao longo do tempo”, afirmou.