Na audiência pública da Frente Parlamentar sobre o Pedágio com representantes de Paranaguá, nesta quinta-feira (8), o deputado estadual Soldado Fruet (Pros) criticou a proposta de aumento do número de praças de pedágio no Paraná das atuais 27 para 42, como pretende o governo federal. “Sou contra novas praças de pedágio, principalmente nas rodovias onde está sendo investido dinheiro dos nossos impostos”, declarou. O parlamentar destacou que “o Governo do Paraná tem previsão de investimentos de mais de meio bilhão de reais em alguns corredores rodoviários”.
Segundo o Soldado Fruet, das 15 novas praças previstas pelo Ministério da Infraestrutura, nove estão programadas para rodovias estaduais. Ele ressaltou que sete das novas praças devem ser construídas em PRs que estão recebendo intervenções do Estado, como duplicações e implantações de terceiras faixas. “Algumas obras estão em execução, outras com licitação já aberta, e essas rodovias serão entregues prontinhas para as novas empresas de pedágio só cobrarem”, lamentou o deputado. “É só elas comprarem uma lata de tinta e uma roçadeira para ganhar dinheiro nos lombos dos paranaenses”, ironizou.
De acordo com o levantamento feito pelo gabinete do Soldado Fruet, dos mais de R$ 500 milhões aplicados pelo Governo do Paraná em rodovias estaduais, o maior volume de recursos (R$ 287,7 milhões) está destinado para o corredor rodoviário do Noroeste (PRs 323 e 272), que deve receber quatro novas praças de pedágio. Na PR-445, onde está prevista um novo ponto de cobrança, os investimentos somam R$ 97 milhões. Já na PR-092, que também deve ganhar uma nova praça, o Estado está licitando duas obras, que totalizam R$ 90,7 milhões. Além disso, está em licitação uma intervenção na PR-280, onde está planejado um novo local de cobrança, no valor de R$ 28 milhões.
“Ou seja, estão enchendo o Paraná de porteiras, porque pedágio não é progresso, é retrocesso”, apontou o Soldado Fruet. Segundo ele, “as empresas que pensam em investir em uma região que tem muitos pedágios veem que não é viável e desistem”. Para mudar essa realidade, o líder do Pros na Assembleia Legislativa (Alep) defendeu que os deputados estaduais rejeitem o repasse das rodovias estaduais para compor o pacote federal das novas concessões