O debate entre os candidatos à Presidência da República, promovido pela Rede Globo e que terminou na madrugada desta sexta-feira (30), foi marcado por troca de acusações entre os postulantes ao Palácio do Planalto e muitos pedidos de direito de resposta, que partiram principalmente do presidente Jair Bolsonaro (PT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O principal alvo dos candidatos foi Lula, que lidera as pesquisas eleitorais.
Lula precisou se justificar sobre assuntos incômodos como o esquema de corrupção na Petrobras e até sobre o assassinato do prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, ocorrido em 2001. O tema do assassinato foi levantado inicialmente pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) que, no entanto, não fez a pergunta a Lula, mas sim para a candidata Simone Tebet (MDB). Ela respondeu que a pergunta fora feita para a pessoa errada e que o presidente deveria fazê-la ao próprio Lula. Já o candidato do PTB, padre Kemon – que não é padre, pois a congregação de Kelmon não é reconhecida pela Igreja Apostólica Romana. – insinuou que o petista estava envolvido na morte do ex-prefeito de Santo André. Houve bate-boca entre ele e Lula. Após a discussão, William Bonner, o mediador do debate, interrompeu o debate por alguns instantes. Lula disse que Daniel era seu amigo, que seria o coordenador do seu plano de governo e que o caso estava encerrado.
O padre, alias, também entrou em choque com a candidata do União Brasil, a senadora Soraya Thronicke. Nos embates, foi chamado de “padre de festa junina” e candidato “nem, nem” – “Nem estuda, nem trabalha”.Soria também teve de se explicar em determinados momentos. Jair Bolsonaro disse que Soraya pediu cargos no governo federal. Ela admitiu a prática, mas respondeu que “Não deu certo meus cargos em Mato Grosso do Sul, porque meus indicados não quiseram fazer rachadinha”.
O presidente Jair Bolsonaro começou o debate no ataque, porém com o transcorrer do programa adotou como prática terceirizar os ataques a Lula para o padre. Bolsonaro também viu-se acuado ao ser questionado sobre a condução da pandemia de Covid e quando questionado se ele respeitaria o resultado das eleições em caso de derrota.
Em alguns momentos, os candidatos falaram sobre projetos para o país, como educação, cultura, saúde e meio ambiente e geração de emprego. Lula ressuscitou a ideia de criação de um Ministério dos Povos Indígenas.
Simone, Ciro Gomes (PDT) e Felipe D’Ávila (Novo) reivindicaram o fim dos ataques pessoais. No fim do programa, cada candidato teve direito a fazer, em 90 segundos, as suas considerações finais. (Com informações de O Antagonista: foto: reprodução TV Globo).