Algumas provocações entre candidatos a prefeito de Curitiba ocorreram durante o primeiro debate eleitoral do ano realizado na noite dessa quinta-feira (8) pela TV Band de Curitiba. As provocações giraram em torno de posição política, transporte coletivo, obras, metrô e cultura.
Participaram do debate, mediado pela jornalista Alessandra Consoli, Andrea Caldas (PSOL), Eduardo Pimentel (PSD), Luciano Ducci (PSB), Luizão Goulart (Solidariedade), Maria Victoria (PP), Ney Leprevost (União Brasil), Roberto Requião (Mobiliza) e Samuel de Mattos (PSTU). Cristina Graeml (PMB) ficou de fora. Ela está com a candidatura em risco, já que a sua convenção foi realizada pela comissão provisória de Curitiba do PMB, dissolvida pela executiva nacional.
Rquião x Ducci
Luciano Ducci (PSB) foi alvo de uma provocação feita por Roberto Requião (Mobiliza). “Como se sente agora sendo o candidato da desesperança?”, perguntou Requião. lembrando que Ducci votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT), a favor do marco tempo e pelas reformas trabalhistas do ex-presidente Michel Temer (MDB). Na resposta, Ducci, que concorre por uma frente de esquerda, afirmou que nunca mudou de partido para disputar eleições e enfatizou que Requião, como governador do Paraná por três vezes nunca fez uma creche em Curitiba. Requião ainda disse que admira Ducci e que a pergunta feita não tinha nada de pessoal.
Samuel x Ducci
Samuel Mattos (PSTU), por sua vez, perguntou se Ducci romperia o contrato com as empresas privadas do transporte público da cidade, que tem uma das tarifas mais caras do país. O candidato do PSB respondeu que o transporte está sucateado e que vai implantar a tarifa zero domingueira. Para Mattos, o ex-prefeito não respondeu a pergunta e prometeu que vai estatizar o transporte coletivo.
Ducci x Pimentel
Ducci, em certo momento, perguntou o que Eduardo Pimentel (PSD) fez como secretário municipal de Obras Públicas, garantindo que em pouco mais de dois anos como prefeito realizou mais obras do que as duas gestões de Rafael Greca (PSD). E disse que a saída de Pimentel da Secretaria é cheia de rumores. Pimentel retrucou: “Entregamos todas as obras paradas que pegamos da gestão do partido do seu candidato a vice-prefeito (PDT de Goura). A trincheira da Seasa, a alça do viaduto da Vila Pompéia, a Linha Verde, a Rua Raul Pompéia, entregamos todas as obras. Eu deixei de ser secretário municipal de obras por minha vontade”.
Pimentel x Ducci
Eduardo Pimentel não deixou por menos e levantou a questão do metrô em Curitiba, cuja construção é defendida por Luciano Ducci. “Dezesseis quilômetros de uma linha do metrô em São Paulo custam 18 bilhões de reais. É muito dinheiro. Então a gente não pode vir com essas ideias para a população de Curitiba. Enquanto isso, a requalificação de 60 quilômetros do Inter 2 e do Ligerão Leste-Oeste na cidade de Curitiba custa R$ 2 bilhões e 600 milhões, que nós já temos recursos garantidos para os próximos anos”, afirmou o candidato da situação. Ducci pôs em dúvida a capacidade da atual gestão em conseguir parcerias com o Governo Federal para conseguir realizar investimentos. “Eu fico impressionado com a capacidade das pessoas acharem que R$ 18 bilhões é um dinheiro astronômico perante uma parceria com o governo federal. É só você ir lá no orçamento da União e ver que tem recursos para fazer grandes obras estruturantes na cidade de Curitiba. Basta ter vontade de ir buscar esse recurso e a parceria com o governo federal é fundamental para isso”, finalizou Ducci.
Leprevost x Pimentel
“O que é cultura”, perguntou Ney Leprevost (União Brasil) a Eduardo Pimentel no fim do debate, lembrando que o atual vice-prefeito foi dirigente da Fundação Cultural de Curitiba. Pimentel mostrou o que fez no cargo, mas Leprevost considerou que a pergunta não foi respondida.
Samuel x Andrea
O candidato Samuel de Mattos questionou Andrea Caldas (Psol) o seu apoio à eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela respondeu que o seu partido tem posições independentes em várias áreas e que não é candidata do PT. Mattos disse que Lula “continua governando” para os grandes, esquecendo os trabalhadores. (Foto: reprodução/Youtube).