O debate eleitoral promovido pela RPC/Globo, que reuniu oito dos dez candidatos à Prefeitura de Curitiba e que terminou no início da madrugada desta sexta-feira (4), foi marcado troca de farpas generalizadas entre os postulantes, mas também pela apresentação de propostas e pela formação de uma dobradinha improvável entre Roberto Requião (Mobiliza) e Cristina Graeml (PMB). Mediado pelo jornalista Wilson Soller, o debate teve quatro blocos, além de considerações finais.
O candidato Eduardo Pimentel (PSD) recebeu ataques de Cristina Graeml sobre o caso da coação exercida por um superintendente da prefeitura – já demitido – sobre servidores públicos para a compra de convite para um jantar da campanha. Pimentel respondeu que o caso já está resolvido. Ao longo do debate, Pimentel deixou claro que quem o ataca não tem propostas. Ele recebeu críticas de Ney Leprevost (União Brasil), Andrea Caldas (Psol), Luizão (Solidariedade), Roberto Requião e Luciano Ducci (PSB).
Cristina Gaeml e Luciano Ducci também trocaram farpas. Cristina disse o tempo todo que Ducci é o candidato de Lula, mas Ducci reagiu com a história do vice de Cristina – Jairo Ferreira Filho. “Seu vice é acusado de estelionato e por desviar dinheiro de uma idosa”, afirmou o candidato do PSB. Cristina pediu direito de resposta e foi atendida.
Ney Leprevost, por sua vez, passou o tempo todo criticando a atual gestão municipal e afirmando que Pimentel é “despreparado” para ser prefeito. Leprevost também criticou Luciano Ducci em razão da aliança com o PT e partidos de esquerda, afirmando que o PT engessou a administração de Gustavo Fruet (PDT). Ducci respondeu que tem orgulho de ter o presidente Lula ao seu lado.
Luizão cobrou de Pimentel a fraca realização de promessas ao longo dois oito anos da atual gestão municipal. “Apenas fizeram 22% do que foi prometido”. Pimentel retrucou, garantindo que mais de 80% das promessas foram realizadas.
Roberto Requião e Cristina Graeml, de posições opostas, não trocaram farpas entre sí, chegando até a fazer uma dobradinha em alguns temas. Luciano Ducci foi cobrado por ter assinado o atual contrato com as empresas do transporte coletivo na época em que foi prefeito como vice de Beto Richa (PSDB). Andrea Caldas levantou a questão da falta de creches e de moradias na cidade, dirigindo cobranças à atual administração da cidade.
A candidata Maria Victória (PP) centralizou suas críticas à indústria de multas e aos radares mal posicionados na cidade. Ela também cobrou a falta de creches, que chega a 10 mil vagas atualmente, e denunciou a existência de ocupações irregulares no município.
Roberto Requião afirmou várias vezes que ele e Cristina não tiveram tempo nos horários eleitorais e que não foram convidados para debates em outras emissoras de televisão.
Os temas e propostas giraram em torno do transporte coletivo, redução de tarifas, metrô, creches, construção de novas UPAs, enchentes, limpeza dos rios, Cracolândia, biocombustível, habitação, ocupações irregulares, maternidades, radares, entre outros.