O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) está liderando uma iniciativa da oposição para criar um “gabinete paralelo” com a finalidade de fiscalizar os atos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a ideia é formar um grupo de dez deputados que ficariam responsáveis por acompanhar de perto as ações de dez ministérios mais importantes e com maior volume de verbas.
A proposta se baseia no chamado “gabinete sombra”, comum em parlamentos de países europeus, como Reino Unido, Portugal e Espanha. Entre os alvos principais estariam as pastas da Saúde e Educação, e o Ministério da Fazenda.
A intenção do grupo é começar o trabalho com dez ministérios e depois aumentar o número de pastas fiscalizadas. O gabinete de Dallagnol, que não tem cargo de liderança na Câmara dos Deputados, iniciou uma espécie de “mapeamento” dos colegas para, então, convidá-los a participar da empreitada.
Na lista dos ministérios com os maiores orçamentos da Esplanada constam Previdência, Desenvolvimento e Assistência Social – que toca o programa Bolsa Família –, Saúde, Educação, Defesa, Trabalho, Fazenda, Transportes, Cidades e Justiça. Juntos, eles tomam conta de R$ 1,8 trilhão.
Fora dos maiores orçamentos está o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. A pasta coordena, por exemplo, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), órgãos com orçamento bilionário, cobiçados pelos parlamentares e com histórico de denúncias de corrupção. (De O Estado de S. Paulo; foto: Marcelo Camargo/Ag.-Brasil).