O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) puniu o procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jato em Curitiba, com uma advertência. O órgão julga nesta terça-feira (26), em Brasília, três processos contra Deltan. Por 8 a 3 o conselho aplicou advertência contra o coordenador da força-tarefa por críticas ao STF em uma entrevista à Rádio CBN. Ele acusou a Corte de passar uma mensagem de “leniência” à corrupção. O pedido da punição é do presidente da Corte, o ministro Dias Toffoli.
Todavia, Dallagnol não se deixou abalar punição. No Twitter, o chefe da Lava Jato em Curitiba voltou a dizer que estava exercendo seu “direito à liberdade de expressão” ao criticar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que o sistema de justiça do país “não funciona”. Ele escreveu: “Minha manifestação decorre de um sistema de justiça que não funciona, em regra, contra poderosos, e é na omissão e no silêncio que a injustiça se fortalece. O debate dos problemas de nosso sistema é essencial”, afirmou o procurador.
O CNMP julgará também a ação movida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que se refere a críticas disparadas pelo procurador ao longo da campanha do político alagoano pela presidência do Senado Federal no ano passado. Davi Alcolumbre (DEM-AP) saiu vitorioso da disputa.
A também senadora Kátia Abreu (PDT-TO) reclama de uma postagem feita por Deltan nas redes sociais. Na publicação, o procurador compartilhou uma reportagem sobre a acusação de pagamento à senadora de R$ 500 mil via caixa 2 pela construtora Odebrecht. A acusação, no entanto, foi arquivada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O CNMP é o órgão responsável pela fiscalização disciplinar de promotores e procuradores de todo o país. O conselho é composto por 14 conselheiros, que são indicados pelas instituições de origem e entidades da sociedade civil.
Em agosto, o corregedor do CNMP, Orlando Rochadel, informou que Dallagnol enfrenta 12 pedidos de processo administrativo disciplinar. (M).
Pune mais que tá pouco