O procurador federal Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, admitiu, em entrevista publicada nesta sexta-feira (9) na revista Época, que tratou com colegas da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a possibilidade de pedir o impeachment do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como indicam mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil. “Estudamos se os atos dele configurariam, para além de atos de suspeição, infrações político-administrativas”, afirmou.
Dallagnol também confirmou ter discutido a criação de uma empresa para gerir suas palestras e cogitado colocar sua mulher na administração do negócio. Frisou que, se o tivesse feito, estaria seguindo a lei, e que a divulgação das mensagens é uma tentativa de atacar a Lava Jato. O procurador negou, no entanto, que tenha investigado ministros do STF.
Sob risco de afastamento após a divulgação das mensagens, Dallagnol afirma que, caso o Conselho Nacional do Ministério Público decida que ele deve sair do cargo, seguirá no que diz ser seu propósito: “servir à sociedade”. Segundo o procurador, o “rolo compressor político quer o retrocesso”.