A procura por atendimento de pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus aumentou consideravelmente nas últimas 24 horas em Curitiba e região, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Clóvis Arns, que atende na capital paranaense. Segundo ele, o risco de um colapso no sistema de saúde, com falta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), tanto na rede SUS quanto na privada, é real.
Em entrevista à rádio Banda B, na tarde deste domingo (14), Arns afirmou que a procura por atendimento nas últimas 24 horas tem gerado uma enorme preocupação. “Assusta porque aumentou muito em todas as áreas, desde o Pronto Atendimento até a necessidade de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Nitidamente, o vírus começou a circular de forma mais efetiva no Paraná todo. Isso vale para Curitiba, Cascavel, Londrina e Foz do Iguaçu. A situação é realmente preocupante em locais que estavam, até então, com a pandemia controlada”, disse.
De acordo com o médico, com o novo decreto da prefeitura determinando a proibição de algumas atividades, “Curitiba reagiu rápido e decretou novas determinações de restringir atividades que aglomeram pessoas. O preço você paga duas semanas depois, porque o jovem que está no bar pode ter um infecção leve, mas quando passa para o avô pode ser grave, com até 20% de mortalidade em idosos com comorbidades. De cada cinco idosos com comorbidades, um vai morrer”, destacou.
Números
Neste sábado, Curitiba registrou um aumento de 59 casos e quatro mortes em relação a sexta-feira (12). Com isto, a capital conta com 1.777 casos confirmados da doença e 78 óbitos. Além disto, 2.248 foram descartados, 311 seguem como suspeitos e 1.263 pessoas se recuperaram. A taxa de ocupação dos leitos de UTI por pacientes do novo coronavírus chegou a 74%. Este número é o maior desde o início da pandemia.