Embora só deva assumir o cargo de diretor-geral da Polícia Federal no dia 20, Fernando Segóvia já está sentado na cadeira do exonerado delegado Leandro Daiello. Esta quinta-feira, primeiro dia desde que foi anunciado, Segóvia passou fazendo videoconferências com delegados superintendentes regionais dos estados, montando equipe de auxiliares, tomando pé de toda a situação.
Mas já teria tomado uma decisão: tirar o superintendente da PF no Paraná, Rosalvo Franco, uma das mais importantes peças da Operação Lava Jato que transcorre na República de Curitiba.
A informação, claro, não é oficial, mas foi dada como certa pelo sempre bem informado site O Antagonista. Que acrescenta outra informação: o escolhido para substituir Rosalvo seria o delegado federal José Alberto Iegas.
Para quem não se lembra deste nome: amigo de Beto Richa, Iegas foi quase-secretário da Segurança Pública, nomeado em fevereiro de 2014 para substituir o procurador Cid Vasques, que teve de deixar o cargo por imposição do Ministério Público Estadual, corporação a que pertence.
Iegas chegou a discursar como secretário: “É um desafio que assumo com responsabilidade e confiança. Conto com o apoio dos policiais paranaenses para fazer um bom trabalho”, disse ele no dia 19 de fevereiro.
Ficou na intenção: no dia 24, o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vetou o nome de Iegas para ser o novo secretário durante reunião com Beto Richa. Segundo o ministro, o delegado exercia cargo considerado estratégico dentro da Polícia Federal, em Brasília, e que não poderia dispensá-lo.
Richa escolheu, então, o oftalmologista Leon Grupenmacher, legista do IML, que esteve secretário apenas até dezembro de 2014, quando o governador Beto Richa o substituiu pelo corajoso deputado Fernando Francischini, que por sua vez resistiu no posto até poucos dias depois da histórica lambança de 29 de abril de 2015, o dia da “Batalha do Centro Cívico”.