Peças fundamentais para evitar possíveis danos às estruturas marítimas que estão sendo construídas no Litoral do Paraná, os primeiros tetrápodes começaram a ser instalados nesta sexta-feira (16) no espigão do Pico de Matinhos. Construídos em concreto, eles evitam que a maré alta danifique a base do espigão, dos guias-correntes e dos headlands que estão sendo instalados ao longo de 6,3 km de orla em Matinhos.
Essa é mais uma etapa do Projeto de Recuperação da Orla de Matinhos, o maior investimento realizado pelo Governo do Estado no Litoral, de R$ 314,9 milhões. O pacote de obras vai minimizar os impactos causados por décadas de erosão e cheias na região. Todas as etapas são acompanhadas pelo Instituto Água e Terra (IAT).
Ao todo, serão 5.153 tetrápodes nas cinco estruturas marítimas, sendo 477 somente no espigão da praia de Caiobá. As obras estão 68% concluídas. Após a instalação dos tetrápodes, serão executadas as obras de finalização da estrutura, que terá 85 metros de comprimento. A etapa final é de implantação calçada e paisagismo, que envolve o plantio de árvores nativas.
O secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Everton Souza, explicou que esta fase representa a finalização das estruturas mais rígidas do espigão. “É o acabamento da construção desta estrutura. O tetrápode tem a função de dissipar a energia das ondas e das marés, preservando o núcleo da estrutura construída aqui”, disse.
“O espigão, os headlands e os guias-correntes possuem funções estruturais para preservar a areia que foi depositada no Litoral, mas também irão funcionar como um ponto turístico para os veranistas e moradores”, afirmou.
Tetrápodes
Os tetrápodes são peças de concreto construídos no próprio Litoral, em uma oficina viabilizada pelo Consórcio Sambaqui, vencedor da licitação pública para executar as obras no Litoral do Estado até o ano de 2024. São estruturas de cerca de 3 metros de altura, com 4,3 metros cúbicos de volume, pesando, cada uma, de 10 a 12 toneladas.
Segundo o diretor de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do IAT, José Luis Scroccaro, os tetrápodes substituem a necessidade de colocar pedras de 20 toneladas no local. “Por ser concentrado e ter em sua formação areia, pedra e magnetita, que é um material mais denso do que a areia, ele consegue ser mais resistente ao impacto das ondas e ressacas, aumentando a vida útil das estruturas e, consequentemente, da areia depositada no Litoral”, explicou.
De acordo com o diretor, os tetrápodes também vão garantir a manutenção da “onda de direita”, considerada a melhor onda para a prática do surfe, o que vai permitir manter os torneios desta modalidade esportiva no local.
Obras
Também estão em obras a construção dos guias-correntes da Avenida Paraná, com 42% de conclusão; a urbanização da praia de Caiobá, com 45%; a urbanização dos balneários de Matinhos (sentido Pico de Matinhos ao Balneário Flórida), com 8% já concluídos; e o plantio de restinga nativa na praia de Caiobá, com 45% de conclusão.
Já foi finalizado o engordamento da faixa de areia em até 100 metros de largura, por meio de aterro hidráulico e, além das estruturas marítimas, serão executadas intervenções de macro de microdrenagem para beneficiar também os moradores que não vivem na beira mar e sofrem com constantes enchentes.
“É uma obra que enriquece o Sul do Brasil. Esse processo vem se arrastando desde a década de 90 e, agora, o Governo do Paraná conseguiu viabilizar o avanço para o nosso Litoral”, afirmou o prefeito de Matinhos, Zé da Ecler. (AEN; foto: Gilson Abreu/AEN).