Coitadinho do Beto

(por Ruth Bolognese) – Pelo nível da pressão que vem sofrendo, o governador Beto Richa deve acordar de manhã, olhar para o espelho de cristal da suíte master e perguntar: “Ser ou não ser? Eis a questão”. Isso se ele for leitor de Shakespeare. Se não, o que é mais provável, a pergunta é outra, bem mais chã: “Ratinho ou Ricardo Barros? Eis o problema.”

Não bastasse a família Barros inteira, aí incluídos 11 cunhados, todos acantonados no Palácio Iguaçu à espera da renúncia, Beto tem que enfrentar um calvário por dia. De um lado, as análises sobre a personalidade e o caráter dele em momentos de crise, feitas por ninguém menos do que Tony Garcia nos Faces da vida. E Tony comprova que nada pior do que ter como inimigo um ex-amigo.

De outro, o próprio filho Marcello Richa, mandando recado (atemporal e desnecessário) de que se ele decidir ficar no Governo “no problem com minha candidatura a deputado estadual”. Tipo de conversa que, de filho pra pai, quer dizer: “vou desistir do meu sonho de criança por você, pai. Mas depois a gente conversa”.

E falta ainda aquele irmão suave, o Pepe Richa, em plena campanha para deputado federal, que por enquanto só olha a cena. Mas se segurando pra não começar a chorar.

Além de tudo isso, o governador tem que ouvir da vice-governadora, Cida Borghetti, sempre tão simpática, afirmar que o Paraná não pode prescindir do conhecimento e da experiência de Beto Richa em Brasília a partir do ano que vem. Candidamente.

Se o espelho de cristal da suíte master for estraçalhado com um soco, o Paraná inteiro vai entender.

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