Coisas das eleições – parte IV

Por Cláudio Henrique de Castro  –

  1. Descobrir que em Curitiba é tão chata que não tem candidatos palhaços, engraçados ou folclóricos;
  2. Sentir falta das candidaturas do oilman e de outros personagens da feirinha de domingo do Largo da Ordem só para imaginar como eles entrariam na câmara municipal naqueles trajes ou sem eles;
  3. Descobrir que as famílias das elites locais estão na política há mais de 300 anos, com filhos, netos e bisnetos, mas ocultam isto do eleitorado;
  4. Saber que as nomeações de familiares continuam a toda, inclusive, pelo nepotismo cruzado, que é a prática de nomear,mutuamente, a parentela em outros poderes, discretamente, para que ninguém perceba;
  5. Saber que a pandemia beneficiou os atuais prefeitos pela alta exposição que tiveram como salvadores da pátria;
  6. Descobrir que cerca de 80% do eleitorado se esquece em quem votou nas eleições passadas;
  7. Saber que equipes das campanhas eleitorais, tem desde produtores de discursos e frases, maquiagem, efeitos musicais, indumentária e media training para treinar e modular o discurso do candidato para captar votos dos eleitores mediante pesquisas de opinião e tendências;
  8. Se perguntar “que país é este?” ao ver o deputado federal Tiririca a cada eleição se eleger com peças de paródia, cada vez mais hilárias,mas sem nenhum conteúdo político objetivo;
  9. Receber mensagens de candidatos pelas redes sociais e lhes dizer que podem contar com seu apoio, morando fora do Brasil e não tendo que votar de forma obrigatória;
  10. Saber que desde a década de 1960 a Suécia aboliu o pronome Excelência para as autoridades e que no Brasil isso jamais ocorrerá em todos os poderes;
  11. Descobrir que na Itália os prefeitos de pequenos municípios, são chamadas de síndacos e não ganham nenhum tostão para administrar a cidade, nem tão pouco os vereadores;
  12. Descobrir que na Suíça toda proposta de investimento público passa pela consulta popular direta e que não há gasto público que seja autorizado em canetas de pouquíssimos personagens e seus grupos privados de interesse;
  13. Saber que apesar dos discursos dos políticos que se referem à países da Europa e do mundo civilizado, eles nunca farão o mesmo.

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