A cobrança dos delegados

Na madrugada de sábado (12), morreu um homem dentro da carceragem do 8º Distrito Policial (DP), no bairro Portão, em Curitiba. De acordo com o relato policial, o preso teria se desentendido com outros dentro da cela e, numa troca de empurrões, teria ferido gravemente a cabeça, o que o levou à morte. A carceragem tem capacidade máxima de 10 presos, mas abriga 69 detentos. Nenhum deles deveria mais estar lá.A cobrança dos delegados

Mais uma vez, o caso revelou um problema que há tempos vem sendo denunciado pela Associação dos Delegados de Polícia do Paraná – ADEPOL: o uso de carceragens de delegacias como cadeias e mini presídios.

“Foi mais uma tragédia anunciada. O Paraná é um ponto fora da curva no Brasil, pois é o único Estado, do qual temos conhecimento, em que presos já condenados ou com prisões preventivas decretadas permanecem nas carceragens de delegacias”, afirmou o delegado João Ricardo Képes Noronha, presidente da entidade.

Noronha aponta que para o Governo do Estado é mais cômodo e mais barato manter presos em carceragens de delegacias que abrir novas vagas em presídios. No sistema prisional, são necessários um agente para cada cinco presos. Já nas delegacias, a custódia, na maioria das vezes, fica sob responsabilidade do delegado. No interior do estado, são comuns casos de delegacias onde um único delegado precisa vigiar sozinho mais de 180 presos, em carceragens que ultrapassam mais de dez vezes a capacidade máxima.  

1 COMENTÁRIO

  1. O escabroso compadrio de benesses e sinecuras recíprocas entre os poderes públicos do PR faz com que impere a irresponsabilizaçao dos gestores publicos, principalmente das altas esferas. De um lado, um decreto governamental não cumprido, de outro, até a impossibilidade de cumpri-lo se não existem presídios para alocar os presos em delegacias e o governo que expediu o decreto não construiu os presídios até o momento (é o que parece). Aí os presos fogem. Um encarcerado morre. E os responsáveis pela desídia, injúria e incompetência da alta cúpula pouco se lixam pois estão protegidos pelo compadrio. Fugas constantes, uma morte de encarcerado, ora isso é um nada !!!

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