A agência de publicidade Artplan recebeu da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) R$ 70 milhões entre 12 de abril e 31 de dezembro de 2019. A quantia é 36% superior ao que a Artplan recebeu em 2018. A agência é cliente da empresa do responsável pela pasta,Fabio Wajngarten. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo.
O jornal fez um levantamento nas planilhas de pagamento da pasta e constatou que até Wajngarten assumir a Secom, a agência que mais recebia verba de propaganda do governo era a Celia Y2. Os repasses para a empresa apresentaram uma queda de 40%.
A reportagem mostra ainda que Wajngarten assinou um aditivo de R$ 127 milhões em agosto e prorrogou o contrato da Artplan.
O secretário é principal sócio da FW Comunicação e Marketing, que tem contratos com pelo menos cinco empresas que recebem verbas do governo.
A legislação proíbe integrantes da cúpula do governo de manter negócios com pessoas físicas ou jurídicas que possam ser afetadas por suas decisões, prática conhecida como conflito de interesses. Caso o benefício indevido seja comprovado, o ato se caracterizaria como improbidade administrativa, que pode levar à demissão do cargo.
A Secom é responsável por definir a destinação da verba de propaganda do Planalto, além de ditar regras para as contas dos demais órgãos federais. Só no ano passado, a secretaria gastou R$ 197 milhões em campanhas.
Entre as empresas que recebem dinheiro do governo por meio da Secom e também têm vínculos com a FW estão as emissoras Record e Band, que viram suas participações na verba publicitária do governo crescer no governo Bolsonaro.
Em 2019, a Band gastou R$ 109 mil no ano com a FW em serviços de consultoria. O valor mensal do vínculo, R$ 9.046, corresponde à metade do salário do chefe da Secom, que é de R$ 17,3 mil.
Ué… Não tinha “acabado a mamata”?