Cida exonera diretor-jurídico da Paraná Previdência

“Ordens superiores” determinaram que R$ 1 bilhão que a Paraná Previdência mantém aplicados em títulos de renda fixa deixassem de ser administrados diretamente pela própria entidade e fossem transferidos para uma corretora privada que, em tese, garantiria maior remuneração ao capital. A proposta foi oficializada pelo diretor-financeiro uns 40 dias antes da eleição, mas o diretor-jurídico deu parecer contrário.

Cida exonera diretor-jurídico da Paraná PrevidênciaResultado: o diretor-jurídico acaba de ser exonerado, como consta do decreto assinado pela governadora Cida Borghetti (veja ao lado). Pode ser coincidência, mas a exoneração aconteceu dois dias após a proclamação do resultado do pleito, que, ao perder já no primeiro turno para o candidato Ratinho Jr., sepultou a chance de reeleição de Cida.

O exonerado foi o advogado Mauro Borges, um dos servidores que, na década de 1990, ajudou na criação e implantação da Paraná Previdência – novo sistema que passou a gerir aposentadorias e pensões do funcionalismo público estadual.

A Paraná Previdência tem atualmente um patrimônio financeiro da ordem de R$ 7 bilhões, em quase sua totalidade aplicado em títulos públicos e privados de renda fixa. Pode não apresentar remuneração atrativa, mas, em compensação, é a aplicação mais segura. Apenas cerca de 5% deste patrimônio estavam aplicados em títulos de renda variável, em carteira administrada pela própria Paraná Previdência.

Mas é sobre 15% da carteira de renda fixa, equivalente a cerca de R$ 1 bilhão, que alguns olhos se arregalaram. Esta parcela bem poderia ser administrada por uma corretora privada que faria aplicações, digamos, mais rentáveis. Claro que cobrando as devidas comissões usuais do mercado – coisa que atualmente a Paraná Previdência não paga.

Além disso, os títulos que seriam (ou serão?) repassados à corretora têm resgate previsto apenas para o ano que bem. O resgate antecipado – e esta é outra regra do mercado – importa em altos deságios e, consequentemente, na perda dos rendimentos que poderiam ser auferidos. Logo, resgatar a aplicação antes da hora pode não compensar os supostos e não garantidos ganhos futuros.

Foram estas, basicamente, as razões que levaram o diretor-jurídico a dar parecer contrário à manobra, afora outros de caráter legal – como, por exemplo, a obrigatória aprovação prévia dos conselhos Fiscal e de Adm da Paraná Previdência, que não seriam consultados.

O parecer indesejado custou o pescoço do diretor.

O Contraponto enviou e-mail à diretoria da Paraná Previdência solicitando explicações.

11 COMENTÁRIOS

  1. Isso é muito sério …

    Não se deve brincar com o dinheiro alheio ! é o futuro de milhares de pessoas (servidores + familiares !

    1 – Que a governadora do Paraná, Cida Borguetti, esclareça para o funcionalismo do Paraná, os fatos concretos sobre as denúncias em tela:

    2 – Que as instâncias da instituição previdenciária se posicionem e tomem partido a respeito e em defesa do patrimônio do funcionalismo estadual e pela autonomia e independência da PARANAP REVIDEÑCIA;

    3 – Que os representantes sindicais e associativos do funcionalismo estadual nos
    conselhos da instituição, se posicionem a respeito;

    5 – Que as instituições fiscalizadoras, através de suas direções, também posicionem-se e busquem estancar tal intenção da governadora do Paraná, Cida Borguetti; e,

    6 – Que a governadora Cida Borguetti revogue a exoneração do servidor público Mauro Ribeiro Borges, Diretor Jurídico da PARANA PREVIDENCIA.

    É o mínimo a ser feito !

  2. Opa! O Dr Mauro Borges, assim como Dr Iuri e a Dra Renata são muito sérios no que fazem e não podem ser punidos por defenderem os interesses institucionais. Não iremos aceitar mais esse prejuízo!!!! Vamos reagir!

  3. RPPS Paraná à beira da falência …

    A realidade atual da ParanaPrevidencia, instituição criada em dezembro de 1998, visando acumular reservas financeiras para arcar com as aposentadorias e pensões futuras dos servidores públicos do Paraná, a partir de 2035 (já comprometida pela má gestão e interferência nociva do governo Beto Richa: tem R$ 7 bilhões em investimentos, quando deveria ter mais de R$ 15 bilhões)), é a mais dramática e preocupante possível ! E agora essa de aventuras no mercado financeiro: R$ 1 bilhão ! Com a palavra os representantes sindicais e associativos nos conselhos de administração e fiscal !

  4. Onde estão as associações dos servidores que não se unem em defesa dos associados e representam ao Ministério Público para abrir uma investigação, afinal, atinge patrimônio indisponível dos servidores, para a maioria, único meio de sobrevivência. Já não basta as inúmeras malversações perpetradas pelos governantes dos últimos 20 anos contra a ParanaPrevi, sem consequências de responsabilização até hoje? Afinal, para que servem essas assiciaçoes?

  5. não sei se você se lembra mas teve um pessoal que fez muito dinheiro com isso e acabou preso com lanchas e carros caros em Brasília. Basta buscar na internet e ver a fraude que fizeram. Talvez fosse uma tentativa de traçar um caminho muito parecido.

    Fica a dica

  6. Infelizmente essa é a prática nefasta desse governo: não pode ser contrariado. Mauro Borges é um excelente profissional e, com certeza, não foi à toa que deu parecer contrário. Uma pena perder esse profissional.

  7. Ainda bem que não teremos segundo turno… A governanta de plantão, repito, a governanta… e não governadora, não é má pessoa, mas quem toca o governo é o maridão-raposão Ricardo Barros. Isso não é bom!!!

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