(por Ruth Bolognese) – Quando fez a coligação partidária com o então candidato Beto Richa à reeleição e emplacou a mulher, Cida Borghetti, como vice, o marido, Ricardo Barros, comemorou entre amigos: “o mais importante”, disse, “é que a Cida terá sua foto na galeria de governadores do Palácio Iguaçu”.
De lá pra cá, Barros trabalhou, incansavelmente, para garantir a posse da mulher no cargo e tornar-se a primeira governadora do Paraná. Foi fundo no uso de verbas públicas e influência, mais as primeiras do que a segunda, e manteve sob severa vigilância os passos políticos do governador Beto Richa.
Tanto assim que, no dia de hoje, ao anunciar a renúncia sem dizer claramente quem vai apoiar na corrida ao Palácio Iguaçu, Richa fez apenas um pseudo suspense. A verdade é que se tornou um Família Barros’s dependente na disputa por uma cadeira no Senado: com a máquina do governo e seus cargos em comissão amestrados, a família está com tudo.
Para Cida Borghetti, especificamente, o simbologismo é mais importante. Assumir o cargo de primeira governadora do Paraná é a vitória final do seu encontro, e o casamento, com o então prefeito de Maringá, Ricardo Barros, que lhe abriu as portas para a carreira política.
Confirma a tese, portanto, de que as mulheres brasileiras, com raras exceções, só conquistam espaços importantes na política pelas mãos dos pais ou dos maridos. A primeira presidente, Dilma Rousseff, foi um ponto fora da curva mas, mesmo assim, foi levada pelas mãos de Lula em direção ao Planalto.
Cida Borghetti, como belezura que é, ficará eternamente loura e bela na galeria fotográfica da sala dos ex-governadores no Palácio Iguaçu.