Cida Borghetti – A Pacenciosa

(por Ruth Bolognese) – A vice-governadora Cida Borghetti definiu na entrevista de hoje, dentro da série que a Gazeta do Povo esta fazendo com todos os pré candidatos, como uma pessoa “pacenciosa” no trato diário. Trata-se de um elemento essencial diante da indecisão do governador Beto Richa se deixa o governo do Parana ou se termina o mandato.

Mas, sutilmente, a vice-governadora lembrou que a família Barros esteve com Beto Richa em todas as campanhas, desde quando o jovem vice-prefeito de Curitiba decidiu se candidatar ao governo do Estado praticamente sem chances de ser eleito. E, sem sutileza, repetiu por duas vezes que seria importante para o Paraná ter uma mulher no comando.

Na verdade, Cida se tornou a chave para a família Barros chegar ao poder no Paraná e ter no comando o ministro da Saúde, Ricardo Barros, marido dela. E para que Cida, no comando do Estado, tenha mais chances na disputa para o governo, ao qual pretende concorrer.

Simpática e bonita, articulada na fala, a vice escorregou, porém, num dado fundamental, que deixou claro sua falta de experiência administrativa e o desconhecimento da gestão, que acompanha desde o inicio: disse que o Paraná Competitivo, programa que o marido implantou quando era secretário da Indústria e Comércio, já atraiu “R$ 43 milhões de investimentos em indústrias”.

Pelos próprios dados do governo Beto Richa foram R$ 20 bilhões. Nem a vice-governadora, por desconhecimento, nem o governo, por exagero óbvio, falam a verdade.

Não se pode esperar que os pré candidatos, numa primeira grande entrevista, gastem todas as fichas apresentando programas prontos e ideias definitivas sobre o que pretendem realizar. Mas a vice-governadora, que em tese pode assumir o estado em apenas dois meses, demonstrou fragilidade ao dizer que não vai mudar praticamente nada nos próximos 9 meses.

Bateu na tecla do diálogo no caso do pedágio e do impasse permanente entre governo e professores, a tangente que substitui com alguma elegância a falta de qualquer resposta viável. E que pretende aumentar o salário das merendeiras escolares, que trabalham 8 horas por dia e ganham R$ 1 mil. “Não vou me esquecer das merendeiras”, repetiu ao final da conversa.

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