O ex-diretor regional da ABCR (Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias), João Chiminazzo Neto, constituiu o advogado Adriano Bretas para representá-lo no processo da Operação Integração II, que tramita na 23.ª Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba.
A escolha do advogado por Chiminazzo é sintomática: foi no escritório de Bretas que se iniciou, por exemplo, a delação do ex-ministro Antonio Palocci, que, na última segunda-feira (1.º), teve divulgado apenas o primeiro dos seus 40 anexos – suficiente, no entanto, para abalar as estruturas da política nacional. O curitibano Adriano Bretas é nacionalmente reconhecido como especialista na assistência a colaboradores premiados – o que indica que Chiminazzo, à semelhança de outros envolvidos, pode ter decidido enveredar para este caminho.
Diretor da ABCR desde o ano 2000, o executivo conhece a fundo a história dos últimos 18 anos do relacionamento das concessionárias com agentes públicos do Paraná. E deve ser depositário de informações importantes para desvendar o esquema que o Ministério Público Federal define como corrupto.
Preso preventivamente na sede da Polícia Federal de Curitiba desde o último dia 26, Chiminazzo, como empregado da ABCR, agia em nome e a mando dos seis consórcios que administram o pedágio nos 2.500 quilômetros de rodovias do Anel de Integração.
A direção nacional da ABCR tão logo tomou conhecimento da deflagração da Operação Integração II tratou de fechar o escritório regional e comunicou o distinto público que vai dar “contribuição irrestrita com às investigações” visando à “apuração de todos os fatos descritos pelo Ministério Público Federal”.
Depositário é eufemismo. Sujeito é mais sujo que pau de galinheiro.
Não. Só assim não pode ser.
É preciso desvelar, inclusive, o que houve entre os anos 1995 e 2000.