Segundo o jornalista Tales Faria, da Folha de S. Paulo, os líderes do Centrão acertaram com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), uma nova estratégia para desmontar o discurso armado pelo governo para as manifestações de rua contra o Congresso neste domingo (26). O Centrão – bloco que reúne cerca de 200 deputados em torno do PP, DEM, PR, PRB, MDB e SD – puxará a votação na Câmara ainda nesta semana da MP 870 da reforma administrativa. Ela estruturou a Esplanada dos Ministérios após a posse do presidente Jair Bolsonaro.
Os políticos desta coligação informal são alvos de apoiadores de Bolsonaro, sob acusação de paralisar o governo, como noticiou a Folha. A aprovação da MP 870 também é uma das bandeiras, além da reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro Sergio Moro. A ideia que o Centrão articula é retirar do substitutivo aprovado na Comissão Mista a criação das pastas das Cidades e da Integração, voltando à configuração inicial que as reunia no Ministério do Desenvolvimento Regional.
Com isso, diz o jornalista, afasta-se o risco de a MP não ser votada e o governo ter que retornar à configuração administrativa da gestão de Michel Temer. Também afasta-se a acusação de que o Centrão e Rodrigo Maia querem forçar a criação das novas pastas para indicar ministros e demais cargos de segundo escalão. Esse retorno à configuração antiga é um dos principais argumentos usados pelos bolsonaristas na convocação das manifestações. O acerto dos partidos de centro-direita, no entanto, mantém a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Justiça para o da Economia.