Brasil pode conhecer hoje vídeo da reunião que provocou demissão de Moro

É hoje, sexta-feira, 22 de maio, que o Brasil poderá conhecer o teor, parcial ou integral, do vídeo de duas horas que documentou a reunião ministerial do dia 22 de abril – o último estopim que deflagrou o pedido de demissão de Sergio Moro como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.

Brasil pode conhecer hoje vídeo da reunião que provocou demissão de MoroA promessa de que o vídeo seria liberado hoje partiu do ministro Celso de Mello, o decano do STF que conduz o inquérito que investiga a denúncia de Moro de que o presidente pretendeu, por várias vezes, pressioná-lo para trocar o diretor-geral da Polícia Federal para atender a interesses políticos próprios, pessoais e de sua família.

A reunião no Palácio do Planalto de um mês atrás foi carregada de impropérios e ameaças que Sergio Moro considerou inaceitáveis: ““Oras bolas, se eu posso trocar um ministro por que não posso trocar o diretor da Polícia Federal?”, vituperou o presidente entre palavrões impublicáveis.

Na manhã seguinte, Bolsonaro tirou o delegado Maurício Valeixo da diretoria da PF e nomeou seu preferido, Alexandre 1.º Ramagem. A nomeação foi barrada pelo ministro Alexandre 2.º Moraes (STF) e, para lugar, foi deslocado o delegado Rolando Alexandre 3.º, indicado por Alexandre 1.º. Alexandre 3.º cumpriu imediatamente as recomendações e trocou o superintendente da PF no Rio de Janeiro.

Bolsonaro pareceu particularmente interessado na troca: é do Rio de Janeiro que partem más notícias para a família. O filho senador Flávio, ex-deputado estadual, não consegue se livrar das evidências cada vez mais claras de envolvimento em irregularidades, de “rachadinhas” administradas pelo amigo/assessor Fabrício Queiroz a franquias de chocolate e negócios imobiliários com características de lavagem de dinheiro. Nesse caso, é melhor ter na PF fluminense alguém com quem possa interagir e obter informações, de acordo com o que verbalizou o presidente e conforme todas as interpretações que se queira fazer.

Sergio Moro indicou como principal prova da intenção do presidente a gravação da reunião ministerial. Celso de Melo ouviu a fita na segunda-feira passada (18) e se disse estarrecido. Prometeu torná-la pública, mas manteve uma dúvida: não sabia, àquela altura, se a mostraria na íntegra ou se selecionaria apenas os trechos pertinentes ao objeto do inquérito.

O Brasil torce para que seja integral.

 

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