Brasil cai uma posição no IDH

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou nesta segunda-feira  (9) o ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), relativo a 2018, em que o Brasil ficou na 79ª posição. O Pais alcançou o IDH de 0,761, o que representa uma pequena melhora de 0,001 em relação a 2017.

Mesmo com o leve aumento, o país caiu uma posição no ranking mundial em relação à publicação anterior, em que estava em 78º lugar.

Na classificação da ONU, o Brasil continua no grupo dos que têm alto desenvolvimento humano. A escala classifica os países analisados com IDH muito alto, alto, médio e baixo. O índice vai de 0 a 1 e tem como base indicadores de saúde, educação e renda. Quanto maior, mais desenvolvido o país.

O Brasil está empatado com a Colômbia. Na América Latina, ocupa a 4ª posição, atrás do Chile, da Argentina e do Uruguai..

“O que é importante é notar o crescimento no IDH. O índice é relativo e sofre alterações também dos outros países, que podem subir ou descer. O que é importante é notar a evolução. A nota que dou é positiva. O Brasil continua a fazer progresso, apesar de a economia ter sido pior que o esperado. O crescimento do Brasil é sólido, positivo e sustentado”, afirmou o diretor de Desenvolvimento Humano da ONU, Pedro Conceição.

O estudo apresenta algumas novidades. Entre elas, mudanças na metodologia de avaliação da qualidade de vida dos cidadãos dos 189 países analisados. “O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) está apresentando novas ideias para [medir] o desenvolvimento. Isso significa romper paradigmas. Queremos mudar a visão do progresso e do desenvolvimento pela ótica da renda, pela ótica das médias, e que é possível esperar até o último momento para tomar decisões. O desenvolvimento é multidimensional, e as médias podem esconder desigualdades. Isso atravanca o progresso”, explicou a coordenadora do relatório, Betina Ferraz Barbosa.

Desafios – Considerado um país de Alto Desenvolvimento Humano, o Brasil tem tido sucesso na melhora da expectativa de vida e no aumento da renda média per capita ao ano. O aumento do IDH tem sido constante nas últimas três décadas. De 1990 a 2018, o país cresceu 24%, número superior à média latina (de 21%) e à média global (de 22%). A expectativa de vida de um brasileiro ao nascer foi aumentada em 9,4 anos. Nesse mesmo período, a renda média da população cresceu 39,5%.

Mas nem todas as novidades do relatório são positivas. Segundo o PNUD, o acesso a estruturas de ciência, tecnologia e à inovação são novos focos de desigualdade social. A desigualdade de gênero também representa um obstáculo para as políticas públicas. O relatório cita ainda mudanças climáticas como possíveis causas de desigualdades sociais. “A primeira mensagem-chave deste relatório é que ele fala sobre desigualdades emergentes e aspirações de pessoas que esperam viver vidas dignas no século 21. Isso se reflete no que estamos chamando de ‘nova geração de desigualdades’. O relatório revela o progresso que houve em muitas dimensões, principalmente nas conquistas básicas [de direitos]. Temos fazer uma busca profunda sobre a nossa economia, nossa sociedade, e nas nossas políticas para descobrirmos as origens dessas novas desigualdades”, revelou o economista português Pedro Conceição.

Ainda há espaço para um crescimento significativo do Brasil. Mas ainda que o IDH dispare nos próximos anos, possivelmente não teremos resolvido as “desigualdades arraigadas”, como aponta Betina Ferraz Barbosa, coordenadora que apresentou o relatório. “O Brasil já é bem classificado, e pode caminhar para um outro nível. Mas resolvemos o problema? Não. Apenas aumentamos o que está na pequena cesta de desenvolvimento que forma o índice. Esse é o ponto [da nova metodologia]”, explicou.

Mas a realidade do Brasil está distante da categoria de países que tem o IDH exemplar. Eles são considerados países de Desenvolvimento Humano Muito Alto, de acordo com o caderno. O Brasil é citado no estudo como o país que mais perde posições no ranking, atrás apenas de Camarões. A Venezuela, que passa por profunda crise política e econômica, aparece em 96º. (Da AB)

 

2 COMENTÁRIOS

  1. As políticas públicas de segregação, notória em curitiba reverbera para o resto do pais. Todas às leis e programas que deveriam resgatar direitos do cidadãos denota total descaso.
    Este desrespeito com os menos favorecidos refletem em perspectivas de um futuro duvidoso. O negócio dos políticos é maquiar, esconder o que sao incapazes de resolverem o abismo entre os desiguais.

  2. O Brasil aparece em 4º na América do Sul e em 8º na América Latina, pois Costa Rica, Panamá, Cuba e México estão à frente do Brasil no ranking da América Latina. Já em um ranking com os países do Caribe incluídos, o Brasil perderia mais seis posições, atrás de Barbados, Bahamas, Trinidad e Tobago, São Cristovão e Nevis, Antigua e Barbuda e Granada.

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