Bolsonaro vai ao STF pedir a reabertura do comércio. Toffoli insiste em planejamento

O presidente Jair Bolsonaro foi a pé, na manhã desta quinta-feira (7), ao Supremo Tribunal Federal (STF), para se encontrar com o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. Acompanhado do ministro da Economia, Paulo Guedes, e de um grupo de empresários, Bolsonaro pediu, mais uma vez, a reabertura do comércio. “Nós não podemos perder a liberdade no Brasil, podemos mais cedo ou mais tarde assistir saques, manifestações populares próximas a essas. As medidas tomadas pela equipe de Guedes estão mantendo a população com a razão acima da ação. A razão do empresário é o Brasil voltar a normalizar, preocupados com a vida, mas não esquecendo do emprego”, afirmou.

A interpretação dos observadores é a de que, com o gesto, Bolsonaro tenta dividir o ônus da crise.

Toffoli disse que as medidas tomadas pelo governo – a exemplo do auxílio de R$ 600 – ajudaram o País, mas afirmou ao presidente que depende do Executivo abrir diálogo e planejar com governadores e prefeitos para que o Brasil possa voltar ao normal, de forma ordenada a segura.

Na reunião, Paulo Guedes traçou um panorama da economia que, segundo ele, corre o risco de colapsar e “transformar o Brasil numa Venezuela”. “Nós queremos que transforme no máximo numa Argentina”, disse o ministro, afirmando que se transformar numa “Venezuela” não terá condições de se reerguer.

A ida de Bolsonaro ao STF foi, segundo analistas, uma tentativa de obter do ministro Dias Toffoli a promessa de conseguir se sobrepor aos governadores em relação a medidas de isolamento adotadas por vários Estados. Toffoli mencionou que o STF tem agido de acordo com a Constituição, que garante decisões dos entes federados. Voltou a defender que a retomada da economia deve ser feita chamando os Estados, mediante a criação de um comitê de crise com a participação de todos, União, Estados e municípios.

Os representantes da indústria deixaram claro que o parque industrial brasileiro está chegando a um ponto que não permitirá a recuperação quando a pandemia passar e, para completar, já se vislumbra risco de paralisação de alguns setores.

 

 

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