O presidente Jair Bolsonaro tem orientado o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, a fazer a interlocução com os congressistas, a fim de agregar a base do governo no Congresso Nacional. A informação foi dada neste sábado (14) pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, durante coletiva de imprensa no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde Bolsonaro se recupera de uma cirurgia.
“Confiando na capacidade dos seus ministros, o presidente Bolsonaro, neste momento, tem indicado, orientado o ministro Luiz Eduardo para que faça essa interlocução, representando-o nesse diálogo com os congressistas”, disse.
Segundo Rêgo Barros, a partir da conexão do ministro Ramos com o Congresso, o governo vai identificar as possibilidades de melhorar a capacidade de inserção das suas ideias junto aos parlamentares.
Uma das formas encontradas pelo governo para reaglutinar a base no Congresso é a liberação de emendas parlamentares, assim como a distribuição de cargos. Questionado se essa ação não seria uma repetição de estratégias usadas por gestões anteriores e duramente criticadas por Bolsonaro na campanha eleitoral, o porta-voz afirmou que trata-se de uma interlocução “republicana”.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o objetivo do governo é usar até R$ 2 bilhões dos cerca de R$ 15 bilhões do Orçamento que serão desbloqueados nas próximas semanas para pagar emendas prometidas a parlamentares no âmbito da reforma da Previdência. Em contrapartida, porém, o governo está exigindo de deputados e senadores que sejam fiéis aos seus interesses.