O presidente Jair Bolsonaro se pronunciou pela primeira vez, em público, sobre o caso dos diálogos que envolvem o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, revelados pelo site The Intercept. O chefe do Executivo nacional afirmou, nesta quinta-feira (13), em entrevista à imprensa, que a atuação de Moro como juiz da Lava Jato “não tem preço” e classificou a invasão dos celulares do ministro da Justiça e de procuradores como ação “criminosa”.
“Se vazar o meu [celular] aqui tem muita brincadeira que eu faço com colegas que vão me chamar de louco e tudo aquilo que me chamavam durante a campanha. E houve uma quebra criminosa, uma invasão criminosa”, disse.
Bolsonaro afirmou que Moro “mostrou as vísceras do poder” em relação à corrupção e fez elogios ao trabalho do atual ministro como juiz federal. “Em vez de chegar em casa e dar um presente à minha esposa, dei um beijo nela, não é muito melhor? Eu dei um beijo hétero no nosso querido Sérgio Moro. Demos dois beijos héteros. Fomos lá na marinha com ele”, declarou o presidente.
Até a declaração desta quinta-feira, as manifestações de Bolsonaro sobre o caso haviam sido feitas por meio do porta-voz Otávio Rêgo Barros e do secretário de Comunicação Fábio Wajngarten. Antes, o presidente deu sinais de apoio a Moro ao chegar de lancha com o ministro em uma cerimônia militar e ao levá-lo ao jogo entre CSA e Flamengo no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.