O presidente Jair Bolsonaro negou na manhã desta segunda-feira (20), na frente do Palácio da Alvorada, em Brasília, que tenha defendido uma ruptura institucional e atacado as instituições ao participar, nesse domingo, de ato que pedia a volta da ditadura militar. Ele disse que respeita os demais Poderes da República. “Respeito o Supremo Tribunal Federal. Respeito o Congresso. Mas eu tenho opinião”, afirmou. “O pessoal geralmente conspira para chegar ao poder. Eu já estou no poder. Falta um pouco de inteligência para quem me acusa de ser ditatorial. Eu sou, realmente, a Constituição”, garantiu.
Em seguida, voltou a minimizar o coronavírus e anunciou que a caneta vai funcionar para demitir ministros.”Tenho conduzido o Brasil orientado e fiel aos interesses do povo brasileiro. Onde é que eu estou errando? Meu time não trabalha de madrugada, meu time trabalha à luz do dia. Todas pessoas escolhidas com critério. Algumas que desviam dos critérios, a caneta vai funcionar, a caneta vai funcionar. Para isso que eu sou presidente: para decidir. Se tiver que demitir qualquer ministro, eu demito. Não estou ameaçando, longe de ameaça. Agora, se ele desviar daquilo que eu prometi durante a pré-campanha, lamentavelmente está no governo errado, vai para o outro barco, vai tentar em 22.”
Democracia – O presidente acrescentou: “No que depender do presidente Jair Bolsonaro, democracia e liberdade acima de tudo”. E acrescentou: “Peguem o meu discurso [de ontem]. Não falei nada contra qualquer outro Poder. Muito pelo contrário. Queremos voltar ao trabalho, o povo quer isso. [As pessoas] Estavam lá saudando o Exército brasileiro. É isso, mais nada. Fora isso, é invencionice e tentativa de incendiar a nação, que ainda está dentro da normalidade.”
Quarentena – Bolsonaro pregou novamente o fim do isolamento e a volta ao trabalho.
“Espero que seja a última semana dessa quarentena, dessa maneira de combater o vírus com todo mundo em casa. A massa não tem como ficar em casa porque a geladeira está vazia. Algum tempo atrás, um ministro meu queria que eu colaborasse com um decreto, com uma portaria para multar quem está na rua. Eu falei: não! Não! Quem vai para a rua está atrás de um emprego. Não podemos tratar o povo dessa maneira. Devemos falar para o povo: calma, tranquilidade, 70% vai ser contaminado. Ou vocês querem que eu minta aqui?”