Nesta mesa faltava um, o governador do Paraná, um dos estados mais afetados por questões de segurança nas suas fronteiras. O governador Beto Richa não estava lá porque, segundo descreveu no Facebook na noite de sexta-feira (27), teve de cumprir afazeres estafantes ao longo da semana:
Chegamos ao fim de mais uma semana de muito trabalho e realizações. Seguimos firmes no nosso propósito de fazer com que o Paraná continue avançando e valorizando quem mais importa: os paranaenses.
As “realizações” começaram na segunda-feira, em Pato Branco, quando liberou R$ 700 mil para reforma de sete escolas da região. Nos dias seguintes, 1) sem sair do gabinete, presenciou acordo entre a Celepar e o Clube Atlético Paranaense para implantar o sistema de biometria na Baixada; 2) também no gabinete, anunciou o reinício das obras de um viaduto para Foz do Iguaçu e, para Paranaguá, melhorias na avenida que leva ao Porto; 3) em Curitiba, igualmente no Palácio, deu recursos para o prefeito Rafael Greca reequipar cinco restaurantes populares e garantiu repasse para reforma de alguns postos de saúde de Curitiba; 4) em Cambará, no Norte Pioneiro, foi festejar a reabertura de um colégio; 5) em Irati, ficou feliz com a recepção de crianças na Câmara Municipal e participou da inauguração de um ambulatório do hospital Erasto Gaertner; 6) de volta ao gabinete, testemunhou a assinatura de um acordo entre a Celepar e a Associação Comercial do Paraná para facilitar consultas biográficas.
Neste sábado (28) cumprirá outro compromisso: vai prestigiar com sua presença mais um Mutirão da Cidadania na CIC, em Curitiba.
Por tudo isso, não deu tempo para se juntar aos 20 governadores e aos quatro ministros que passaram a sexta-feira (27) na escaldante em Rio Branco, capital do Acre, para discutir um plano de nacional de seguranças nas fronteiras do Brasil com países vizinhos, pelas quais passa tudo do que mais gostam os chefões do crime – armas e drogas.
Talvez não saiba ou não considere como importante o fato de que é pela fronteira do Paraná com o Paraguai que os traficantes se refestelam com cargas de armas, maconha e cocaína que alimentam a violência em que o Rio de Janeiro está mergulhado.
Por que participar da reunião no Acre?
Por coincidência, também na sexta-feira, a Polícia Federal descobriu no interior do Rio Grande do Sul um arsenal de armas pesadas e muita munição que estava destinado a abastecer os morros cariocas.
Adivinhe por onde passou a “mercadoria”. Se você disser que foi pelo Paraná, tirou nota 10. Foi notícia de destaque no Jornal Nacional.
O richa é café com leite. Vai fazer o que SP e os outros governadores tucanos mandarem ele fazer.