Beto quer ficar, mas Barros impõe um dilema

Lépido e influente deputado, personagem de bastidores e frequentador das rodas palacianas, já dá como certa a decisão do Beto Richa de não renunciar ao governo e não concorrer ao Senado. Enumera alguns dos principais motivos que estariam levando o governador a inclinar-se fortemente pela permanência no Palácio Iguaçu até o último dia do mandato:

  • Sofreu sete anos e agora que conseguiu forrar o caixa não quer deixar a glória para a vice Cida Borghetti e seu marido Ricardo Barros desfrutarem;
  • Imagina que o último dos seus oito anos de mandato vai evitar que passe para a história como um dos governadores menos eficientes que o Paraná já teve; tem a esperança de que as muitas obras que não fez enfim brotarão e serão a cereja do bolo;
  • Se ficar no governo, com poder e caneta cheia mantém condições para fazer o sucessor que lhe for mais conveniente e mais dependente do seu apoio; no caso, tende a escolher Ratinho Jr. como candidato preferível e que, sem luz própria, menos o ameaçará;
  • Se sair do governo em abril para disputar o Senado, assume o governo e o comando político do estado o casal Cida Borghetti e Ricardo Barros, fator que não só ameaça a unidade do “grupo Richa” como, sobretudo, põe em perigo sua própria eleição ao Senado;

Gente do grupo político de Richa, porém, vê riscos na estratégia desenhada de permanecer até o fim do mandato. Neste hipótese, frustra planos Ricardo Barros, que não se conformará em ver Cida transformada num zumbi: se não assumir para cumprir o mandato tampão como candidata à reeleição, renunciará à vice de qualquer forma para uma cadeira de deputada federal.

Será uma frustração para Ricardo Barros. Barros não gosta de ser frustrado e pode fazer uso da munição de que dispõe para mudar os rumos da eleição estadual, de conformidade com os movimentos que decidir fazer. Pode, ele mesmo, se candidatar ao Senado e construir uma aliança com Osmar Dias, entregando-lhe a cornucópia de partidos que mantém sob sua influência, dando ao candidato da oposição tempo de tevê e estrutura capilar de campanha.

Seria a “vingança maligna” que Ricardo Barros teria, supostamente, condições de impor a Richa em razão da quebra do acordo tácito de que Cida cumpriria o mandato também de governadora e se candidataria à reeleição.

Enfim, Beto Richa, embora no momento esteja mais propenso a ficar até o fim, ainda se manterá diante de um dilema.

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3 COMENTÁRIOS

  1. O Beto não sai por alguns motivos: Um deles é o foro especial.
    Outro é incerteza de não se eleger.
    Além disso não tem os seus “colaboradores” a garantia de que Cida os deixará nos cargos, isso só se for incompetente, pois a “tchurminha” com a interferênci do JSB, quer ter o governo na mão e ainda fazer com que o Beto seja eleito.
    Por fim vão se quebrar no pau logo, logo.

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