Intolerante com a corrupção, o governador Beto Richa precisa mandar verificar o que anda acontecendo no Instituto Ambiental do Paraná (IAP). São tão frequentes os casos de suspeitas quanto à atuação do órgão, envolvendo diretores, chefes e outros servidores da entidade, que até parece existir ali um esquema de malfeitos que mereceriam a atuação rigorosa do chefe do Executivo.
Como muitos casos são de conhecimento amplo e objetos de procedimentos do Ministério Público e até policiais, é possível que o governador também saiba. Mas a repetição constante de escândalos localizados, aparentemente pontuais, episódicos, pode revelar coisa pior – a existência de um esquema criminoso amplo, sistêmico.
Como as chefias regionais do IAP são preenchidas por comissionados, isto é, por pessoas nomeadas por critérios políticos e não técnicos, passa a ser de sua obrigação, como governante honesto e responsável, determinar o esclarecimento do amontoado de suspeitas, identificar autores e punir os que comprovadamente forem culpados e, assim, desbaratar o possível esquema maior que estaria agindo nas sombras e traindo a sua confiança.
Para citar apenas alguns exemplos mais recentes, colecionam-se os seguintes:
- Em meados de 2015, a casa do presidente estadual do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Luiz Tarcísio Mossato Pinto, recebeu agentes do Gaeco para a apreensão de documentos. A sede do órgão em Curitiba também foi vasculhada. Na casa de um servidor foi encontrado um pacote de dinheiro vivo de R$ 649 mil. As suspeitas recaíam sobre licenciamentos relâmpagos concedidos para a instalação de estacionamentos na BR-277 com sacrifício de Mata Atlântica nativa;
- No mesmo caso, o Ministério Público Federal abriu a Operação Superagui, após encontrar indícios de que a família do governador e amigos teriam sido favorecidos;
- O presidente do IAP, envolvido em três ações de improbidade administrativa e duas penais, só não foi afastado do cargo por ter obtido um habeas corpus preventivo;
- Nesta sexta-feira (9) o Ministério Público Estadual também fez buscas e apreensões envolvendo a chefe do escritório regional de Cornélio Procópio, cuja atuação irregular na expedição de licenciamentos foi identificada pelo Tribunal de Contas do Estado;
- Problemas semelhantes – e aparentemente ainda de mais grave proporção – foram também encontrados pelo TCE no escritório regional de Maringá;
- No início de 2017, a atuação do escritório de União da Vitória também foi colocada sob suspeita de facilitar a concessão irregular de licenças ambientais para a abertura de loteamentos;
- A Polícia Civil também abriu inquérito para investigar favorecimento do IAP para permitir a dramática redução da Escarpa Devoniana, nos Campos Gerais, que, se aprovada pela Assembleia, destruiria áreas de preservação ambiental em favor da exploração agropecuária;
E assim por diante…
É isso que vira quando as nomeações são políticas. O desgoverno está loteado entre os deputados que nomeiam os cabos eleitorais e apoiadores. Podem tentar desmentir mas isso esta ocorrendo em TODAS as secretarias e orgãos do governo estadual. Quando dá m… eles tiram o c… da reta.
Não é justo falar só do IAP. Aqui na minha cidade a corrupção mesmo é na PM ambiental. Eles se vendem por carneiros. Deu um problema aqui com um cidadão e levaram chumbo. Queriam propina e levaram porrada.
Lastimável pelos servidores de bem que, por certo, lá ainda existem! Uma autarquia que foi referência nacional (anos 80/90) na área ambiental, reduzida a crônicas policiais … É o desgoverno que atingiu a fazenda, a educação, a autarquia rodoviária e agora a autarquia ambiental; onde isso vai dar ?