Fontes do Palácio Iguaçu já admitem a possibilidade de o governador Beto Richa não nomear o mais votado da lista tríplice para o cargo de procurador-geral de Justiça do Paraná, o que implicaria em não reconduzir para o posto o atual chefe do Ministério Público, Ivonei Sfoggia. Seria um caso raro: apenas no governo Requião aconteceu de o mais votado não ser o nomeado. Mas fatos ainda obscuros e forças poderosas dentro do governo e do próprio MP estariam a indicar que a melhor solução seria nomeação do terceiro colocado da lista, o procurador Marcos Fowler (foto).
Estes fatos estariam por trás da demora na escolha do novo procurador-geral. É da tradição que, já no dia seguinte após a eleição da lista tríplice, o governador assine a nomeação. A eleição aconteceu há cinco dias e até agora nada do decreto.
A origem da desgaste poderia ser encontrada em meados de 2016, quando o governo preparava sua proposta para o orçamento de 2017. Uma confusão, atribuída pela secretaria da Fazenda ao MP, teria levado a Assembleia a aprovar na lei orçamentária uma proposta do Ministério Público que não era a mesma elaborada pela secretaria da Fazenda.
Como a proposta do MP dava liberdade para aumentar suas próprias despesas, o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, aconselhou o governador Beto Richa a vetá-la. O que foi feito. O procurador Ivonei Sfoggia, no entanto, teria usado sua influência junto ao presidente da Assembleia, Ademar Traiano, e outros deputados e conseguiu uma fato também inusitado – a Assembleia derrubou o veto do governador.
As coisas acabaram se ajeitando e o Ministério Público conseguiu o que queria. Mas o caroço ficou engasgado na garganta de Beto Richa e, sobretudo, na do todo poderoso secretário da Fazenda, Mauro Ricardo.
Apesar dos esforços posteriores de Sfoggia para agradar Beto Richa – inclusive barrando investigações que poderiam levá-lo a responder por crime de improbidade na Operação Quadro Negro -, o mal-estar se manteve.
O procurador Olympio Sotto Maior, que há anos manobra os cordeis políticos da relação do Ministério Público com os demais poderes mantendo-os pacíficos, já teria feito chegar ao governador que a solução menos traumática para todas as partes seria a nomeação de Marcos Fowler, o terceiro da lista (Fowler trabalhou Olympio desde os anos 1990 em causas de defesa dos direitos humanos). Nomeá-lo acrescentaria a vantagem para o governador dissipar as incômodas dúvidas de que teria pressionado Sfoggia para livrá-lo da Quadro Negro.
Olympio Sorto Maior.
Este ainda engana muita gente.
Até quando os Diarios Secretos condenarem alguem na Assembleia Legislativa?
E o Severo Sorto Maior ?
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/especiais/diarios-secretos/procurador-geral-tem-quatro-parentes-no-legislativo-080r6g7m3h2t9w15wnrvjuhji