Se todos os políticos réus querem ser julgados pela Justiça Eleitoral e não pela comum é porque alimentam muita certeza de que estarão melhor protegidos contra punições. Agora chegou a vez do ex-governador Beto Richa – réu na Operação Rádio Patrulha – apelar ao juiz criminal Fernando Bardelli Fischer para que seja dispensado de ser julgado por ele e seu caso seja transferido para o âmbito do Tribunal Regional Eleitoral.
O ex-governador protocolou o pedido nesta quinta-feira (16), com idênticos argumentos já apresentados pelo irmão e ex-secretário Pepe Richa no dia anterior. Beto lembra o juiz da 13.ª Vara Criminal que as investigações e os delatores disseram que propinas pagas por empresários que participaram do programa Patrulhas do Campo tinham por finalidade abastecer o caixa 2 de campanha eleitoral – um delito de competência da justiça eleitoral.
Se crimes comuns derivaram da motivação eleitoral, eles devem ser julgados também pela justiça eleitoral, conforme a interpretação que se dá à decisão do STF que, em março, orientou neste sentido.