Barroso, Gilmar e a gravidade das palavras

(por Ruth Bolognese) – Quem vem de família italiana sabe que as grandes verdades só se revelam nas brigas: o vinho sobe pras cabeças, a língua se solta e sai de baixo que lá vem confusão. É uma catarse, onde se dizem as piores barbaridades e, na grande maioria das vezes, depois de um bom sono, tudo volta ao normal.

Certamente o ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, mesmo não sendo italiano, teve seu momento de catarse ao encostar o colega Gilmar Mendes na parede. De tudo o que disse, talvez o pior desabafo foi sobre as sentenças ditadas por Gilmar Mendes. Na opinião de Barroso , Gilmar profere veredictos conforme a ocasião e o ladrão. Em se tratando de um integrante da mais alta corte jurídica do País, o STF, é uma acusação de gravidade impar e, ao ser dita em plenário e se tornar pública, exige resposta institucional.

Nas brigas da italianada lá de casa, é tudo mais chão: um xinga o outro porque não trabalha, o outro responde que não é vagabundo, a cunhada entra no meio pra dizer que vagabundo é a mãe e quando se põe a Mama na discussão, a gritaria vira um inferno. E a Mama, que não é boba nem nada, fica tomando seu vinho e fingindo que é surda.

Mas nunca ninguém acusa o outro de ter duas caras, não. Aí, a Mama ia escutar, né?

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