Auxílio-moradia é um escárnio, diz relator

O relator do projeto de lei que regulamenta o teto salarial dos servidores públicos, deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), condenou nesta terça-feira (13) a paralisação que os juízes de todo o país pretendem fazer nesta quinta (15) para pressionar o Legislativo e o Supremo Tribunal Federal (STF) a manter o pagamento do auxílio-moradia para todos os magistrados, promotores e procuradores do país. De acordo com o parlamentar, aqueles que deveriam dar exemplo de Justiça, garantindo direitos iguais para todos os cidadãos brasileiros, fazem um movimento em defesa apenas de seus próprios interesses.

“O que eles estão fazendo é um escárnio com o trabalhador brasileiro e com os mais de 13 milhões de desempregados do país que, em muitos casos, não têm nem onde morar. O auxílio-moradia sem critério é um privilégio injustificável que tem de acabar. Restringir seu pagamento não é perseguição a essa ou aquela categoria. Não se trata de nenhum tipo de retaliação devido ao trabalho da Operação Lava-Jato, mas sim uma exigência da sociedade e um dever daqueles que têm compromisso com o bom uso do dinheiro público”, afirmou Rubens Bueno, que vai restringir a concessão do benefício no seu relatório sobre o projeto do teto, que será apresentado ainda neste mês.

O deputado ressaltou ainda que a profissão de juiz é respeitada em todo o mundo e não merece ser manchada por um movimento em defesa de privilégio. “Uma sociedade civilizada e justa clama pelo bom desempenho dos trabalhos desses magistrados. E é justamente para valorizar cada vez mais essa função, que somos contrários ao pagamento do auxílio-moradia nos moldes feitos hoje pelo Judiciário. Não há necessidade desse Poder lançar mão de subterfúgios contábeis, jurídicos ou administrativos para elevar seus ganhos acima do teto constitucional do serviço público”, reforçou Bueno.

1 COMENTÁRIO

  1. Eles sempre condenaram os aumentos para outros servidores, como se fossem o “mal maior” do Estado.

    A magistratura assistia a esse massacre silenciosa, conivente, emitindo liminares e decisões contra greves, com multas de R$ 100.000 por dia de paralização imaginando que do alto de seus “altares”, jamais seriam atingidos.

    Ledo engano.

    Eis que o alvo agora muda e a mídia volta seus canhões contra os outrora intocáveis, agora rebaixados a reles privilegiados por auxílios imorais, jogados na vala comum do conjunto de servidores, que há tempos sofriam na pele esse alvejamento.

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