Auditoria do TCU aponta fragilidades no novo ensino médio

O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou auditoria operacional para avaliar a governança da política nacional de acesso e permanência no Ensino Médio, com foco no Novo Ensino Médio (NEM) na rede pública. O trabalho contou com a participação de 15 Cortes de Contas do país, sob a relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues.

A perspectiva da auditoria foi verificar a atuação do Ministério da Educação (MEC) na coordenação do processo nacional de implementação do NEM. Além disso, analisou também a articulação do MEC com os sistemas de educação estaduais e o Distrito Federal (DF), no apoio à formação continuada de profissionais da educação e na redução de desigualdades e assimetrias.

A metodologia foi desenvolvida pela Rede Integrar, que é formada por 33 Tribunais de Contas do Brasil. Nessa auditoria, além do TCU, houve a participação dos Tribunais de Contas dos Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia e Rio Grande do Sul.

“Ressalto a importância de medidas para a melhoria da qualidade da educação no País e o compromisso com a implementação do Novo Ensino Médio, considerando o papel do Ministério da Educação na coordenação do processo nacional para implementar o NEM”, ponderou o ministro-relator do TCU Walton Alencar Rodrigues.

Conclusões

De acordo com o trabalho, há atraso na implementação do NEM, com alto risco de comprometimento da execução ou descontinuidade do programa, causado por deficiências de ordem técnica e operacional do MEC. Também foram identificadas fragilidades nos mecanismos de governança para a implementação do NEM, como a falta de capacidade técnica e administrativa do Ministério da Educação.

O TCU também apontou ausência de foco nos resultados das ações na gestão estratégica da implementação do Novo Ensino Médio (NEM). Segundo o relatório, existe, ainda, a possibilidade de redução das dotações orçamentárias, o que ameaça a continuidade de ações para a implementação do NEM. Além disso, foram verificadas falhas no monitoramento e avaliação da implantação do NEM, com baixa transparência e risco de ampliação de desigualdades educacionais.

Determinações

O TCU determinou ao Ministério da Educação que implemente, em 180 dias, solução informatizada de monitoramento e avaliação do NEM. O MEC deverá ampliar o acesso público aos dados tratados nessa solução, em respeito à transparência. Ela terá de possuir, entre outras, a funcionalidade de levantamento de informações nas secretarias estaduais e do DF.

O MEC também deve instituir e fazer funcionar, na esfera federal, em até 60 dias, o Comitê de Monitoramento e Avaliação do Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio (ProNEM). A finalidade é acompanhar as ações de implementação do NEM, discutir e propor ajustes ao ProNEM, de acordo com a realidade de cada unidade federada, bem como estabelecer o diálogo federativo com o DF e os Estados. (Do TCU).

 

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