Associação informa que transporte público está à beira do colapso

Um anuário da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU) indica que o transporte público por ônibus, no Brasil, opera com pouco mais da metade da demanda de passageiros pré-pandemia e já soma um prejuízo de R$ 16,7 bilhões no país. O anuário foi lançado nesta segunda-feira (20), segundo informa o jornalista Artur Rodrigues, da Folha de São Paulo.

A associação reúne empresas que prestam serviços de ônibus urbanos e metropolitanos no país. Segundo o jornalista, o impacto financeiro contabiliza os meses de março de 2020 a junho deste ano, quando as regras de isolamento social devido à pandemia de coronavírus geraram redução drástica na demanda de passageiros.

Os dados mostram que, em 2020, houve queda de 51% nas viagens por passageiros pagantes em ônibus em relação ao ano anterior, considerando a média dos meses de abril e outubro. Se considerado apenas abril, a queda foi ainda mais acentuada: 67%.

“De agosto de 2020 até junho de 2021, a diminuição da demanda ficou estabilizada entre 35% e 40%, de acordo com o mesmo acompanhamento. Ou seja, mais de um ano após o início da pandemia, não existe ainda uma sinalização de recuperação da demanda em direção aos níveis observados anteriormente”, diz o documento.

De acordo com o jornalista, o setor do transporte público já vivia dificuldades de financiamento antes da pandemia, no qual se buscava definir um modelo sustentável para garantir o funcionamento universal do transporte urbano. Agora, a situação se agravou a ponto de a NTU definir a situação atual como “à beira do colapso”.

O documento traz ainda uma série de dados relativos à pandemia, incluindo fechamento de empresas de transporte e paralisações de serviços.

“Ainda estamos muito longe daquela demanda que já era insuficiente para manter o serviço com estabilidade econômica”, disse o presidente da NTU, Otávio Vieira da Cunha Filho, durante seminário organizado pela entidade. “A crise está instalada porque o setor não se sustenta”, completa.

De acordo com o documento, a demanda de passageiros hoje fica entre 50% e 60%. Já a oferta de veículos oscila entre 80% e 100%. (Da Folha de S. Paulo).

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