As vaias em Greca e Cida Borghetti

(por Ruth Bolognese) – No final de semana o prefeito Rafael Greca e a vice-governadora Cida Borghetti foram vaiados em seus redutos eleitorais, ele em Curitiba e ela em Maringá. Greca estava no teatro Guaíra, vendo o show do Toquinho e Cida paraninfando a formatura da Unicesumar – Centro Universitário de Maringá.

É uma pequena amostra do que os candidatos vão enfrentar em 2018. E ninguém está a salvo. Greca se reelegeu prefeito com aquele discurso velhaco que sabia resolver os problemas de Curitiba mais do que os outros e a população recebeu um aumento estratosférico na passagem do ônibus e um ajuste fiscal que pesa no bolso. Só podia dar em vaia.

Apesar da família Barros alardear prestígio em Maringá, não é bem assim. A vice-governadora malemá participou da campanha do cunhado, Silvio Barros, para a prefeitura, porque as pesquisas indicavam que ela poderia prejudicar a campanha, por baixa popularidade. E ele perdeu a disputa para Ulysses Maia, do PDT.

Não é a primeira vez que Cida é paraninfa da formatura da Unicesumar. E nem os protestos são inéditos. Em 2015, com os professores em greve, teve que entrar pelos fundos, porque o PT havia montado uma encenação na chegada da comitiva oficial. Quando ela começou o discurso, as vaias soaram, mas foram abafadas pelas palmas de um grupo de formandos, já preparados pelo reitor Wilson de Mattos, amigo de longa data da família Barros.

Na sexta-feira, foi muito pior do que em 2015. Quando o nome da vice-governadora foi anunciado no Parque de Exposições de Maringá, a plateia inteira vaiou, sem perdão. E tudo foi tão organizado que até uma placa com a inscrição “Cida, paga minha mãe!” ficou exposta durante todo o discurso. Dessa vez, pela abrangência da vaia, a desculpa de que “três ou quatro gatos pingados do PT queriam fazer arruaça”, não colou.

Na Unicesumar, um dos maiores centros de ensino à distância do País, o público é de classe média e alta, eleitores em potencial – e em tese – da família Barros.

Vaia em carreira política é como dor de barriga: algum dia, em algum momento, todo mundo vai ter e o constrangimento é equivalente ao número de pessoas que toma conhecimento do fato.

Mas em 2018 os políticos que aí estão podem se preparar: tanto a vaia como a dor de barriga subsequente virão sem dó.

2 COMENTÁRIOS

  1. Se esse pessoal ainda não sabe, é assim que funciona! Entrou na vida pública, tem de deixar a cara ao tapa. Melhor ainda enquanto forem apenas vaias, pior quando vierem à tona detalhes das vidas íntimas e pessoais de décadas passadas.

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