O Contraponto puxou de arquivos oficiais palavras ditas em um discurso que pode, nos próximos dias ou semanas, ser cotejado com fatos. O discurso foi pronunciado no dia 8 de abril de 2016 pelo procurador Ivonei Sfoggia durante sua posse como Procurador-Geral de Justiça do Paraná – ou, para os menos familiarizados, como chefe do Ministério Público Estadual – instituição de Estado que, em nome da sociedade e de forma autônoma, é encarregada de fiscalizar a execução das leis.
Diante de autoridades como o governador Beto Richa e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, as palavras de Sfoggia foram entendidas como solenes promessas de que estava nascendo um “novo” Ministério Público, independente, vigoroso e resistente a influências políticas.
Nesse sentido, um trecho do discurso de Sfoggia chamou mais atenção:
“Alerto que há uma crescente orquestração visando enfraquecer o Ministério Público, diminuir-lhe as responsabilidades. Eles não terão êxito. Saberão, para falar apenas do Ministério Público do Paraná, que em nossos objetivos estratégicos prioritários (para citar apenas um) estará incrementar o apoio à nossa unidade de proteção ao patrimônio público, articulando-a com as demais áreas do Ministério Público, para uma eficaz produção de resultados no enfrentamento à corrupção”.
Passados 18 meses da posse, está na hora de o chefe do Ministério Público fazer um balanço dos resultados alcançados no período, especialmente no que diz respeito a casos que envolvem diretamente autoridades sobre as quais recaem pesadas suspeitas de improbidade. Até que ponto avançaram os trabalhos do Ministério Público Estadual?
Alguma novidade sobre o ICI? Conselheiro de TCE, procuradores municipais, empresários e políticos, irão devolver os recursos desviados?