As falhas de memória de Beto Richa

O governador anda mal de memória e de contas, como se ouviu na entrevista que deu à rádio BandNews na segunda-feira (5). Afirmou que mal conhecia o ex-diretor-geral do DER Nelson Leal, que nomeou para o cargo em 2013 porque tinha apenas boas informações sobre ele, incluindo recomendações do ex-governador Jayme Canet Jr, de quem Leal foi empregado numa das empresas dele em Campo Largo.

Beto esqueceu que, a partir de 2001, quando era vice-prefeito de Cassio Taniguchi e secretário de Obras, nomeara Nelson Leal diretor da secretaria. E, quando eleito prefeito em 2004, Beto o nomeou como titular da mesma secretaria. Leal ficou 15 meses no posto e saiu carregando suspeitas.

O governador também fez contas erradas em relação ao pedágio. Disse que reduziu a margem de lucro das concessionárias da casa dos quase 20% para 8% ou 9%. Isto não aconteceu na extensão dos 2.500 quilômetros do Anel de Integração em relação às obras anteriormente previstas em contrato. A taxa de retorno só foi reduzida em algumas poucas obras adicionais, que pouca ou nenhuma influência tiveram em qualquer redução de tarifa para os usuários.

Disse ainda Beto Richa na mesma entrevista ser contra a prorrogação dos contratos com as concessionárias – opinião que não tinha em 2013 quando procurou a então presidente Dilma Rousseff para buscar apoio da União visando a reformular o convênio de delegação das rodovias federais ao estado para permitir a prorrogação para além de 2021. Dilma disse não à proposta do governador, conforme registrado na coluna que o editor deste Contraponto assinou por 12 na Gazeta do Povo.

Eis o texto da coluna, publicada em 14 de novembro de 2013:

Richa pede, Dilma nega

Lembra daquela frase do ex-ministro Rubens Ricupero que acidentalmente vazou num intervalo de entrevista que concedia à Globo em 1994? Ele dizia: “O que é bom a gente fatura; o que é ruim a gente esconde”. Pois é: de vez em quando a técnica se repete – como acaba de acontecer em relação à audiência que o governador Beto Richa teve com a presidente Dilma Roussef, em Brasília, na última terça-feira.

Das entrevistas e matérias oficiais só saíram informações positivas. A má, não divulgada pelo Palácio Iguaçu, foi o sonoro não que a presidente deu à proposta levada por Richa para que a União aceitasse sua intenção de prorrogar por mais alguns anos os contratos de concessão rodoviária no Paraná como forma de baixar as tarifas de pedágio e antecipar obras. Como a maior parte das rodovias pedagiadas é federal, a prorrogação obrigatoriamente teria de contar com a anuência da União, que teria também de dilatar o período de delegação das estradas ao estado.

Exposto o assunto, Dilma teria dito a Richa que a União, ao contrário dele, defende que em 2021, quando terminam os atuais contratos, seja feita nova licitação, mas sob modelo menos oneroso para os usuários. Ou seja, neca de pensar em prorrogação.

Dilma, porém, teria mostrado seu lado compreensivo: disse entender que mais obras são sempre bem-vindas e idem para tarifas mais baixas. Mas que esse é um assunto que o próprio governo do estado tem de negociar diretamente com as concessionárias. Pode, por exemplo, mandar antecipar ou fazer obras novas com recursos orçamentários estaduais.

5 COMENTÁRIOS

  1. O Pia de Prédio É UM MENTIROSO. Duvido que o ” seo Jayme ” tenha feito a indicação. Na época ele como governador, honestidade era pré-requisito, Usar uma pessoa já falecida para se justificar;;; DEMONSTRA O CARÁTER DESSE governador.

  2. Anos e anos de cobranças indevidas, pagas à vista nos verdadeiros assaltos praticados contra a população do Paraná. Tamanha omissão não pode ser considerada um eventual descuido. Foi vista grossa deliberada mesmo !

    Que o dinheiro tomado indevidamente desde 1997 volte , se não para o bolso de cada um que pagou pedágio, pelo menos aos cofres públicos . A punição aos mentores autores de crimes comprovados é indispensável . Cadeia !!

  3. É com esse gabarito, não falando das inúmeras investigações policiais em curso, que o distinto ainda quer continuar mamando nas tetas da viúva. Está na hora do eleitor insosso do Paraná desmamá-lo!

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