As contas de Beto Richa

O Tribunal de Contas vai aprovar esta tarde (quarta-feira, 8) o parecer prévio do conselheiro Fabio Camargo que dará como regulares as contas do governador Beto Richa relativas a 2016. Uma ressalva ou outra vai aparecer, também como de regra acontece todos os anos, seja lá quem forem o governador, o conselheiro-relator ou todos os demais conselheiros.

A única vez na história do Paraná em que um governador teve suas contas reprovadas pelo TCE e pela Assembleia Legislativa (instância final do julgamento) se deu há 46 anos, quando o governador era Haroldo Leon Peres. Nomeado pelos militares, administrou o estado por apenas 9 meses (março a novembro de 1971), mas teve de renunciar após denúncias de corrupção.

O presidente do Tribunal de Contas na época era Rafael Iatauro, que se aposentou como conselheiro em 2005 e – numa extraordinária demonstração de sobrevivência – manteve-se depois como chefe da Casa Civil, diretor da Copel, presidente da Paraná Previdência e, ultimamente, voltou à Copel.

Como testemunha daqueles tempos, Iatauro lembra que seria impossível aprovar as contas de Leon Peres, tais as irregularidades encontradas. Seriam milhares. Mas as mais graves diziam respeito à contratação de empreiteiras sem licitação e a liberação de aditivos suspeitos – nada assim tão diferente do que se noticia quase meio século depois.

2 COMENTÁRIOS

  1. Tem mais é que aprovar as contas mesmo, com escolas inacabadas e tudo o mais. Um país condenado a ser apenas exportador de matérias primas não precisa dar educação ao seu povo. É o plano em marcha.

  2. Já comentei ontem mas repito hoje é um tanto como irônico que o Fabio Camargo julgue as contas do BR, contra quem concorreu ao cargo Prefeito em 2008 e sentiu na pele o uso da máquina e conforme delação premiada o uso do caixa dois, e a mão invisível do primo distante.
    Seria a chance de cobrar aquela pedra…

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