O deputado federal Arthur Lira (Progressistas-AL) foi eleito no fim da noite desta segunda-feira (1°) presidente da Câmara dos Deputados. Ele recebeu 302 votos e levou a disputa no primeiro turno. Por maioria, os deputados decidiram colocar um investigado por corrupção — em dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF) — na segunda posição da linha sucessória da Presidência da República.
O candidato Baleia Rossi (MDB-SP) ficou em segundo, com 145 votos, e Fábio Ramalho, com 21 votos. Em seguida, Luiza Erundina (16), Marcel van Hattem (13), André Janones (3) e Kim Kataguiri (2).
Lira era o candidato oficial de Jair Bolsonaro, de quem se aproximou, principalmente, no ano passado, em meio à pandemia da Covid-19. Sua candidatura se consolidou depois que Rodrigo Maia (DEM-RJ) , não pôde mais concorrer.
Quem é – Deputado federal desde 2011, Lira é líder da bancada do seu partido e considerado expoente do Centrão. Nos corredores do Congresso Nacional, colegas costumam compará-lo a Eduardo Cunha, de cuja tropa de choque fez parte anos atrás, votando, inclusive, contra a cassação do então presidente da Câmara em 2016.
Nascido em Maceió, o deputado tem 51 anos e é filho do ex-senador e atual prefeito de Barra de São Miguel (AL), Benedito de Lira. Ele formou-se em direito pela Universidade Federal de Alagoas.
A trajetória política do sucessor de Rodrigo Maia começou em 1993, quando foi eleito vereador de Maceió, cargo exercido até 2002. No ano seguinte, elegeu-se deputado estadual de Alagoas, sendo reeleito uma vez. Antes de filiar-se ao Progressistas, em 2009, Lira passou por PFL, PSDB, PTB e PMN. Lira, que acabou virando bolsonarista para garantir o apoio do Palácio do Planalto ao seu projeto pessoal de poder, foi base dos governos de Dilma Rousseff e de Michel Temer.
O novo presidente da Câmara tem uma carreira marcada por processos, sendo investigado por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção. O deputado é réu no STF no âmbito do “Quadrilhão do PP”: é acusado de pertencer a uma organização criminosa responsável por desvios de recursos da Petrobras, da Caixa e do Ministério das Cidades. Também responde no Supremo a um processo em que foi indiciado pela suspeita de receber propina de R$ 106 mil de Francisco Colombo, ex-presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
Lira ainda é investigado por rachadinhas na época em que era deputado estadual em Alagoas. Não bastasse, foi acusado de agressão pela ex-mulher — nesse caso, acabou sendo absolvido, mas declarações recentes podem ter desdobramentos. (O Antagonista).
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