Passados 20 anos da inauguração do Museu Oscar Niemeyer e 30 da Ópera de Arame e do Jardim Botânico, a capital do Paraná se prepara para ganhar uma nova atração arquitetônica. Nesta segunda-feira (21), o arquiteto João Guilherme Dunin (foto), do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), apresentou aos vereadores da capital o projeto da nova sede da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). A obra vai ao encontro de uma necessidade urgente do Legislativo, encerrando um ciclo de 50 anos de “puxadinhos” e altos gastos com manutenção predial.
“Nossa ideia foi integrar o edifício da CMC à praça Eufrásio Correia, para que ele seja uma extensão da área, juntando a Câmara de Vereadores à cidade”, explicou João Guilherme Dunin. A proposta tem três elementos principais: a preservação do histórico Palácio Rio Branco, a construção de um novo plenário, adequado à participação popular (com capacidade para 500 pessoas) e um prédio ambientalmente moderno, para os gabinetes parlamentares e setores administrativos. “Vamos usar o edifício como uma árvore, que respira, com o ar passando entre as lajes e ambientes, para que seja sustentável”, definiu o arquiteto.
A proposta apresentada por João Guilherme Dunin prevê 20 mil m² de área construída, auditório para 250 pessoas, acessibilidade, equidade entre os espaços administrativos, gabinetes parlamentares com 90 m² e cafeteria. Sobre o vão livre, que ligaria visualmente a Avenida Visconde de Guarapuava à praça Eufrásio Correia, o arquiteto disse que “o prédio não pode ser uma barreira entre a cidade e a praça”. “Levantamos [o edifício] para ter permeabilidade, com um conceito ambiental e uso de materiais com resgate de carbono”, explicou Dunin.
Sede definitiva
“Hoje é um dia histórico para a cidade de Curitiba”, afirmou Tico Kuzma (Pros), presidente da CMC. “Sem uma sede definitiva, continuaremos a relegar à cidade uma série de puxadinhos para lá e pra cá, com problemas estruturais que nunca são resolvidos. Em termos de estrutura, a CMC está atrás da maioria dos municípios de nossa Região Metropolitana e de cidades do mesmo porte em todo o Brasil. Desde 1973, há reclamações sobre a falta de estrutura da CMC. Muito foi feito nas últimas décadas, mas ainda assim o que temos hoje não atende a população de forma adequada”, defendeu Kuzma.
“[A sede definitiva da CMC] é uma ideia que vem sendo amadurecida desde 2021, quando levamos essa proposta ao prefeito Rafael Greca e ao secretário do Governo e presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur, que compreenderam as necessidades de construir uma sede nova e nos deram total apoio. Hoje, encaminharemos à prefeitura um documento para firmar convênio para a viabilização dos projeto arquitetônico e complementares”, anunciou o presidente da CMC.
“Será um prédio de referência na cidade de Curitiba, verde e sustentável, revitalizando a praça Eufrásio Correia e garantindo a participação popular. Hoje, só podemos receber 27 pessoas nas galerias, com o novo plenário, serão 500”, justificou Kuzma. Sobre o custeio da obra, o presidente da CMC disse que a Câmara buscará financiamento em banco público, quitando-o com a venda do Anexo 4 e com as economias do Legislativo. “Só nesses dois anos, 2021 e 2022, já economizamos R$ 201 milhões em recursos públicos do orçamento da Câmara de Curitiba”, afirmou. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC).