Arbitrariedade no combate à pandemia

Por Camilo Turmina* – A Associação Comercial do Paraná (Acp) tem a vocação do varejo, de enaltecer a missão do empresário de atender a sociedade com a oferta de produtos e serviços e gerar renda e empregos.

Com muita preocupação vemos as medidas que estão sendo tomadas.
Sem coerência, cada cidade da grande Curitiba atua em diferentes dias de comércio, como neste sábado, quando toda a grande Curitiba abriu as portas do comercio para os consumidores e a capital fechou.
Sem um rodízio de atividades, em toda a grande Curitiba criamos um enorme deslocamento de curitibanos para as cidades do entorno.
E como somos bem representados pelo nosso vice governador Darci Piana, atento às necessidades dos lojistas, o governo do estado tem sido mais sensível na tomada de decisões.
Assim em tempos de pandemia, deveríamos criar um rodízio de atividades com restrições de quantos estarão indo e vindo, sem aglomerações.
Atualmente temos a PM desmanchando aglomerações em festinhas clandestinas e a sociedade tendo que aceitar ônibus lotados, com determinações inaceitáveis de passageiros aglomerados, transmitindo o virus que tanta dor já causou a nossa sociedade.
A única medida aceitável, seria o cancelamento do transporte público com aglomerações. Se não der para ir e vir sem estar causando infecções, sempre será melhor todos adiarem projetos pessoais de consumo. Aos trabalhadores, deve ser oferecida uma alternativa diferenciada de locomoção segura. Aliás, nunca deixamos de nos preocupar com isso. Desde repassar aos colaboradores recursos para se locomoverem de carona ou com o próprio automóvel ao invés do vale transporte, bastando as empresas homologarem no sindicado da categoria a opção de dar o valor do vale transporte em dinheiro.
E para piorar a situação já que não há hierarquia em tempos de pandemia, pois prefeitos não seguem decretos de governador, cria-se pânico: associações judicializam medidas e abrem as lojas, o prefeito recorre e fecha e assim os cidadãos são chacoalhados de um lado para o outro, sem rumo e sem saber o que virá pela frente.
É ultrajado, sem respeito a sua dignidade, ficando a bel prazer das medidas públicas.
Sendo feitos de palhaços, quando numa sexta são obrigados a deixar seus afazeres para ir aos supermercados, inexplicavelmente obrigados a fechar nos sábados.
À noite a TV informa que os supermercados abrirão suas portas no sábado por decisão da justiça contra medida monocrática do poder executivo, que decidiu sem consultar o legislativo e a sociedade civil organizada. Eis que, na manhã seguinte, após os supermercados acionarem seus milhares de colaboradores para virem ao trabalho e os cidadãos serem informados que poderiam ir ao mercadinho da esquina, somos pegos de surpresa com decisão contrária atendendo recurso do poder público municipal.
Fica aí claro o quanto a sociedade vem sofrendo com arbitrariedades na gestão da pandemia.
Não é razoável continuarmos neste vai e vem, neste abre e fecha que em nada contribui para o fim da pandemia e que só leva à falência dos negócios e à perda de milhares de empregos.
Só queremos bom senso e respeito.

* Camilo Turmina é presidente da ACP.

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