O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou nessa segunda-feira (28) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a instauração de inquérito contra a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-aliada do presidente Jair Bolsonaro, por ter dito no Twitter que Aras está tentando arrematar a vaga de ministro aberta na Suprema Corte. A informação foi dada pela própria deputada em suas redes sociais.
“É evidente que o Aras está sendo boneco de ventríloquo do Palácio do Planalto, em função da minha candidatura à Prefeitura de SP. Beira a criminalidade o uso da mais alta instância do MP como instrumento político de perseguição com escancarada subserviência ao Executivo”, escreveu a parlamentar que nasceu no Paraná.
Joice também afirmou que Aras é uma vergonha para os “procuradores de bem”. “A Lava Jato, tão atacada por esse sujeito, que o diga. Isso sim é falsidade ideológica, quando um PGR vira papagaio de pirata presidencial. O MP não merece um ‘chefe’ desses e a lei do abuso de autoridade será invocada.” Nas eleições municipais deste ano, Joice é candidata à prefeitura de São Paulo.
Em outubro, a Record divulgou áudios em que Joice pede ajuda a funcionários para criar perfis falsos nas redes sociais a fim de promover ataques a adversários políticos. Na gravação, a deputada diz: “Acabei de chegar em São Paulo, cheguei há pouco para algumas entrevistas, mas podia falar com a turma aí para fazer vários perfis e entrar de sola no Twitter especialmente, Instagram, porque eles estão botando todas as milícias lá e os robôs em cima de mim”.
Segundo a deputada federal Carlas Zamelli (PSL-SP), autora da notícia-crime que embasou o pedido do PGR, Aras viu indícios dos seguintes crimes: constrangimento ilegal, difamação, falsidade ideológica e associação criminosa. As deputadas eram aliadas e amigas, mas romperam no fim de 2019. (Do Congresso em Foco).