Apesar da falta de evidências científicas, governo libera cloroquina

Conforme havia anunciado o presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde liberou nesta quarta-feira (20) o uso da hidroxicloquina e cloroquina para o tratamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus,  já na fase inicial. A pasta, atualmente comandada interinamente pelo general Eduardo Pazuello, divulgou o novo protocolo de orientações para o tratamento de pacientes com diagnóstico da doença.

Apesar da falta de evidências científicas sobre a eficácia do remédio, de acordo com o documento, pacientes adultos com sintomas leves podem tomar os medicamentos a partir do primeiro dia. O mesmo ocorre para quem tem sinais moderados e graves.

Ressalvas –  O Ministério da Saúde fez ressalvas técnicas de que, na prática, a droga não tem eficácia comprovada. A mudança ocorreu após pressão do presidente Jair Bolsonaro para o uso em larga escala. Dois ministros da Saúde pediram demissão por discordarem do protocolo.

A ressalva alerta para efeitos colaterais, falta de comprovação científica de eficácia e regras para prescrição médica. Além disso, o paciente a ser tratado deve autorizar o uso e assumir os riscos com o tratamento.

“Apesar de serem medicações utilizadas em diversos protocolos e de possuírem atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há meta-análises de ensaios clínicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o beneficio inequívoco dessas medicações para o tratamento da Covid-19”, destaca trecho da nota técnica.

Com isso, a responsabilidade para a escolha do remédio deve ser pensada e negociada entre médico e paciente. “Assim, fica a critério do médico a prescrição, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, conforme modelo anexo”, conclui. (Metrópoles).

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