Aniversário da primeira prisão e do fim da carreira de Beto Richa

Há exatamente um ano, dia 11 de setembro de 2018, 6 horas da manhã, homens de preto batiam com à porta de um apartamento em um dos muitos condomínios de luxo no bairro Mossunguê, em Curitiba. Ainda sonolentos e espantados, Beto e Fernanda viram e ouviram o teor do mandado de prisão, busca e apreensão que havia sido expedido pelo juiz Fernando Bardelli Fischer e não puderam reagir à tarefa que os homens passaram imediatamente a cumprir – invadiram cômodos, vasculharam gavetas e armários, deslocaram quadros da parede, levantaram almofadas, recolheram celulares, computadores, pendrives, documentos…

Aniversário da primeira prisão e do fim da carreira de Beto RichaE foram avisados de que, lá embaixo, viaturas igualmente pretas os esperavam para levá-los à sede do Gaeco, no bairro do Ahu, para uma primeira e rápida sessão para que tomassem conhecimento das razões da prisão: eram acusados de participação no esquema investigado pela Operação Rádio Patrulha, que encontrou indícios, a partir de delação do empresário Tony Garcia, de que locadoras de máquinas e equipamentos contratadas pelo programa Patrulha do Campo, distribuíam prebendas financeiras ilícitas para o ex-governador e para outros membros de seu grupo político, igualmente presos na mesma operação.

Em seguida, Beto e Fernanda foram recolhidos ao Regimento Coronel Dulcídio, de onde só saíram quatro dias depois graças a um habeas corpus do ministro do Supremo Gilmar Mendes.

Paralelamente, no mesmo dia e horário, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal cumpriam outros mandados de prisão e de busca e apreensão autorizados pela Justiça Federal e referentes à Operação Integração, que apurou ilicitudes na concessão de pedágio da BR-369 administrada pelo consórcio Econorte.

No total, 15 agentes públicos, empresários e agregados passaram a ocupar celas da superintendência da Polícia Federal e do Complexo Médico Penal de Pinhais, alcançados por ordens de prisão temporária expedidas pelas justiças estadual e federal.

Este, resumidamente, foi o início explícito do inferno astral que o ex-governador, família, amigos e grupo político passaram a sofrer. A primeira e mais imediata consequência foi a decretação de sua derrota antecipada da tentativa de se eleger senador. Dava-se como certa, até aquela fatídica manhã de 11 de setembro, que ele seria eleito para uma das duas cadeiras de senador em disputa – a outra seria ocupada com a reeleição, também considerada certa, de Roberto Requião.

A derrota foi acachapante. De favorito, Richa viu emergirem das urnas apenas pouco mais de 3% de votos em seu favor. Ficou em sexto lugar, abaixo de candidatos nanicos.

Foi apenas o começo. Beto viria a sofrer duas outras prisões – uma em janeiro, outra em abril de 2019, sempre socorrido por habeas corpus do STF e do STJ.

Atualmente, o ex-governador aparece com réu em sete ações penais que tramitam em primeira instância na Justiça Estadual e Federal. Responde a acusações semelhantes – corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, improbidade etc. – levantadas pelas operações Quadro Negro, Rádio Patrulha, Integração I, Integração II e Piloto.

Nenhum processo foi ainda julgado e, portanto, não há condenação – mas um efeito é indiscutível: ainda que seja absolvido em todas as ações, foi decretado o fim de sua até então promissora carreira política.

6 COMENTÁRIOS

  1. Gosto desse blog, mas uma matéria totalmente sem sentido e triste para um profissional tão gabaritado como vc, Celso.
    Hoje tb seria o aniversário do pai do Beto Richa, só por aí, já dá pra entender a grande jogada de marketing circense que foi essa prisão.

  2. Chin chin ao pior governador do Estado de todos os tempos! E aos eleitores curitibanos e paranaenses que acreditaram no “melhor está por vir”. Deu nisso. Vamos agora ver o que acontece com o “novo” …

  3. Cadê os amigos para cantar parabens??? Quem sabe as sandálias da humildade volte a lhe servir. começa a perceber que é de carne e osso, assim como, nós pobres mortais.

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